Briefing: Conflitos, guerras e tensões

A escalada de retórica nuclear e movimentos militares entre a Rússia e os EUA/NATO, desencadeada por ameaças e ultimatos, criou um ambiente de alta tensão, com ambas as partes a advertirem sobre as consequências de uma guerra nuclear, ao mesmo tempo que prosseguem com ações provocatórias.

O ultimato económico dos EUA forçou uma aparente abertura diplomática da Rússia, que admite agora uma cimeira com a Ucrânia, embora as suas condições no terreno permaneçam draconianas.

A próxima semana será decisiva para determinar se a pressão de Washington levará a negociações ou a uma nova escalada de sanções e conflito.

A divulgação de imagens de reféns subnutridos pelo Hamas exacerbou a crise humanitária em Gaza, aumentando a pressão internacional e interna sobre Israel para um cessar-fogo.

A situação é agravada por uma crescente divisão dentro do próprio establishment de segurança israelita, que agora apela abertamente ao fim da guerra.

A pressão dos EUA sobre a China e a Índia para que cessem a compra de petróleo russo está a ser recebida com forte resistência, com ambos os países a invocarem a soberania e o interesse nacional.

Esta confrontação económica arrisca-se a aprofundar as divisões globais e a minar os esforços americanos para isolar financeiramente a Rússia.

Após confrontos armados mortíferos, a Tailândia e o Camboja iniciaram negociações mediadas pela Malásia, impulsionadas pela pressão económica dos EUA.

Embora o cessar-fogo esteja em vigor, a resolução das disputas territoriais históricas permanece um desafio complexo e delicado para a estabilidade regional.

A Coreia do Sul deu um passo unilateral para reduzir a tensão com o Norte, removendo os seus altifalantes de propaganda na fronteira.

No entanto, a iniciativa não encontrou reciprocidade em Pyongyang, que mantém uma retórica hostil, evidenciando a profunda desconfiança que continua a marcar as relações intercoreanas.

A decisão do Paquistão de deportar 1,4 milhões de refugiados afegãos representa uma grave crise humanitária e um risco para a estabilidade regional. A medida, criticada pela ONU, força o regresso de um grande número de pessoas a um Afeganistão frágil e governado pelos talibãs.

A nova exigência de Taiwan para que cidadãos chineses renunciem ao seu passaporte para obter residência marca uma escalada na tensão com Pequim.

A medida, destinada a combater a influência chinesa, reforça a política de soberania de Taipé e aprofunda a divisão no Estreito de Taiwan.

Após o confronto militar com Israel, o Irão respondeu com a criação de um novo órgão de defesa e o fortalecimento da sua aliança com o Paquistão. Estas medidas refletem uma estratégia dupla de reforço militar interno e de consolidação de parcerias regionais para contrariar o isolamento e as pressões externas.

O exercício naval conjunto entre a Índia e as Filipinas no Mar do Sul da China assinala uma nova e significativa aliança de defesa na região. A cooperação visa conter as ambições territoriais da China e reforçar o respeito pelo direito marítimo internacional, num dos pontos geopolíticos mais voláteis do mundo.