Briefing: Conflitos, guerras e tensões

A Ucrânia enfrenta uma intensificação dos ataques russos e a ameaça de uma nova grande ofensiva, enquanto a via diplomática, apesar dos esforços dos EUA, continua bloqueada.

O ceticismo internacional sobre a possibilidade de um encontro entre Zelensky e Putin reflete o profundo impasse e a desconfiança mútua que impedem o fim da guerra.

A revogação de vistos à delegação palestiniana por parte dos EUA representa uma escalada na tensão com a Autoridade Palestiniana e gerou uma forte reação internacional. A medida é vista como uma tentativa de minar os esforços para o reconhecimento do Estado da Palestina e uma violação dos deveres dos EUA como país anfitrião da ONU, suscitando apelos generalizados à sua anulação.

A classificação de Donald Trump como um "ativo russo" pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa gerou uma polémica de dimensão internacional, sendo aplaudida por opositores de Trump no exterior, mas criticada em Portugal por vários quadrantes políticos. O episódio evidenciou as tensões entre as funções institucionais do Chefe de Estado e a sua liberdade de expressão, obrigando o Governo a reafirmar a sua competência exclusiva na condução da política externa.

A União Europeia caminha para um novo e mais duro pacote de sanções contra a Rússia, refletindo a convicção de que Moscovo se prepara para prolongar a guerra.

Apesar da oposição da Hungria, a maioria do bloco está alinhada, e a devolução dos ativos russos congelados foi firmemente condicionada à compensação pela destruição da Ucrânia.

O envio de uma força naval norte-americana para as Caraíbas, sob o pretexto de uma operação antidrogas, foi recebido pela Venezuela como uma grave ameaça à sua soberania.

A retórica bélica de ambos os lados e a mobilização militar venezuelana elevam o risco de um confronto na região, num dos momentos mais tensos das relações entre os dois países.

Às vésperas do seu julgamento por tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro está sob apertada vigilância por receio de uma tentativa de fuga para pedir asilo político.

A preocupação das autoridades brasileiras com uma possível evasão para uma embaixada estrangeira, nomeadamente a dos EUA, eleva a tensão e confere uma dimensão internacional ao seu processo judicial.

A declaração de ilegalidade da maioria das tarifas de Donald Trump por um tribunal federal de recurso representa um desafio significativo à sua política comercial, embora sem efeitos imediatos. Enquanto Trump promete lutar até ao Supremo Tribunal, a incerteza jurídica e a reação de países como o Brasil, que pondera retaliações, aumentam a tensão no comércio internacional.

A decisão da Turquia de bloquear o acesso a meios militares e oficiais israelitas nos seus portos e espaço aéreo marca um aprofundamento da crise entre os dois países. A medida, motivada pela guerra em Gaza, isola ainda mais Israel na região e demonstra a liderança da Turquia na pressão diplomática do mundo islâmico contra as ações militares israelitas.

A ativação do mecanismo de sanções da ONU pelo E3 contra o Irão desencadeou uma grave crise diplomática, com Teerão a ameaçar abandonar o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

A decisão europeia, vista pelo Irão como uma manobra orquestrada pelos EUA e Israel, foi criticada pela Rússia e pela China, que alertaram para as consequências irreparáveis para a segurança internacional e o diálogo.

O assassinato de Andriy Parubiy, uma figura política ucraniana de grande relevo e forte opositor da Rússia, em Lviv, introduz um novo e perigoso elemento de instabilidade na Ucrânia. Enquanto as investigações prosseguem, o crime é visto por muitos como uma mensagem de intimidação, sublinhando a vulnerabilidade do país a ataques direcionados, mesmo em cidades consideradas relativamente seguras.