Briefing: Conflitos, guerras e tensões

Uma semana de intensa diplomacia, impulsionada pelos EUA, colocou sobre a mesa uma potencial cimeira entre Putin e Zelensky.

No entanto, persistem obstáculos significativos, incluindo disputas territoriais e a necessidade de garantias de segurança credíveis para a Ucrânia, enquanto os combates no terreno prosseguem sem tréguas.

Apesar da esperança ténue de um cessar-fogo após a aceitação de uma proposta pelo Hamas, os preparativos militares de Israel para uma grande ofensiva em Gaza e a aprovação de um polémico plano de expansão de colonatos na Cisjordânia escalaram as tensões, ameaçando a estabilidade regional e a viabilidade de um futuro Estado palestiniano.

Os Estados Unidos ampliaram significativamente as suas tarifas sobre aço e alumínio, impactando centenas de novos produtos e intensificando a sua guerra comercial.

Esta medida gerou preocupação em aliados como a União Europeia e provocou respostas estratégicas de rivais, com a Rússia a oferecer-se para absorver as exportações indianas afetadas pelas novas taxas americanas.

Na cimeira da TICAD, o Japão posicionou-se como um parceiro-chave para o futuro de África, propondo uma nova zona económica e vastos investimentos para contrariar a influência da China. Líderes de África e da ONU saudaram o foco no desenvolvimento sustentável, na inovação e na cooperação em matéria de segurança.

O Irão escalou as tensões regionais ao anunciar novos mísseis avançados destinados a dissuadir Israel, enquanto, simultaneamente, reforçava a sua aliança militar com a Bielorrússia.

Esta dupla estratégia assinala o compromisso de Teerão em projetar poder e consolidar parcerias em oposição aos interesses ocidentais.

A Venezuela respondeu a um importante destacamento militar dos EUA no Caribe com a proibição de drones e a mobilização das suas milícias, acusando Washington de ameaçar a paz regional.

O impasse agrava a hostilidade de longa data entre as duas nações.

A decisão inexplicada da Guiné-Bissau de expulsar todos os meios de comunicação públicos portugueses foi amplamente condenada como um ataque à liberdade de imprensa. A medida desencadeou uma crise diplomática com Portugal e suscitou críticas de organizações internacionais de jornalismo preocupadas com o estado da democracia nesta nação da África Ocidental.

Apesar das recentes iniciativas de paz, o conflito no leste da RD Congo intensificou-se, com a Human Rights Watch a acusar o grupo rebelde M23, alegadamente apoiado pelo Ruanda, da execução de mais de 140 civis em julho.

Os massacres evidenciam a profunda lacuna entre a retórica diplomática e a realidade da violência no terreno.

Os EUA expandiram a sua política de imigração restritiva ao garantir acordos com Honduras e Uganda para aceitar migrantes deportados de outras nações. Esta medida de externalização das responsabilidades de asilo suscitou fortes críticas por parte de defensores dos direitos humanos, que temem pela segurança das pessoas transferidas.

Numa viragem diplomática histórica, a Síria e Israel realizaram as suas primeiras conversações diretas, mediadas pelos EUA, para discutir a restauração de um cessar-fogo de décadas e a redução das tensões na fronteira. A reunião assinala um potencial ponto de viragem para a estabilidade regional após o colapso do regime de Assad.