Briefing: Empresas na bolsa

A confirmação de negociações com o grupo MFE para uma potencial aquisição de controlo gerou uma euforia sem precedentes em torno das ações da Impresa, que quase duplicaram de valor. Esta operação é vista pelo mercado como uma solução para os desafios financeiros do grupo de media português, apesar de implicar uma provável perda do controlo nacional da empresa e ter levado a uma intervenção da CMVM para garantir a transparência da informação.

A aquisição da Electronic Arts por 55 mil milhões de dólares por um consórcio liderado pelo fundo soberano da Arábia Saudita marcará a maior saída de bolsa da história de Wall Street.

Este evento monumental reflete a contínua consolidação e o elevado interesse estratégico na indústria global de videojogos.

O acordo da Pfizer com a administração norte-americana para a redução de preços de medicamentos em troca de isenções tarifárias provocou uma valorização acentuada das ações do setor farmacêutico na Europa.

Os investidores preveem que acordos semelhantes possam ser estendidos a outras empresas, aliviando a incerteza regulatória e comercial que afetava a indústria.

A EDP Renováveis e a Galp Energia foram cruciais para levar o índice PSI a máximos de 14 anos, refletindo o forte otimismo no setor energético em certas sessões.

Contudo, a sua volatilidade, influenciada por fatores externos e análises de mercado, também demonstrou o seu peso em dias de perdas, sublinhando a sua importância central para o desempenho da bolsa portuguesa.

O regresso da Teixeira Duarte ao índice PSI, após nove anos de ausência, foi marcado por uma performance bolsista excecional, com uma valorização de 565% no acumulado do ano.

Este desempenho, impulsionado pela reestruturação da empresa, destaca-se como o mais forte do mercado português em 2025.

Os principais bancos a operar em Portugal mantêm uma batalha judicial contra a Contribuição sobre o Setor Bancário, uma taxa 'extraordinária' que se tornou permanente.

As ações em tribunal somam mais de 115 milhões de euros e demonstram a oposição contínua do setor a este imposto, que financia o Fundo de Resolução.

A estreia do BFA na bolsa de Angola foi um sucesso, com uma valorização de 25% no primeiro dia, refletindo a forte procura no maior IPO da história do país. A operação permitiu ao BPI reduzir a sua participação, em linha com as diretrizes europeias, e demonstrou um sinal de confiança no mercado de capitais angolano, apesar dos desafios de liquidez.

A saga da aquisição do Sabadell pelo BBVA intensificou-se com a aprovação da oferta pelo regulador, a rejeição da mesma pela administração do Sabadell e uma nova manobra do BBVA, que oferece um dividendo recorde para atrair os acionistas.

O desfecho desta que é uma das maiores operações no setor bancário europeu permanece incerto.

A REN concretizou a aquisição de ativos de transmissão elétrica no Chile por 57,5 milhões de euros, um movimento estratégico que reforça a sua presença internacional. A notícia foi recebida positivamente pelo mercado, impulsionando as ações da empresa e confirmando a sua aposta no crescimento em mercados regulados fora de Portugal.

A Mota-Engil enfrenta uma crescente pressão de 'short sellers', com um terceiro fundo a revelar uma posição a descoberto sobre a empresa.

No total, 1,66% do capital da construtora está agora nas mãos de investidores que apostam na sua desvalorização, um sinal de ceticismo por parte de alguns agentes do mercado.