Briefing: Empresas na bolsa

Num desenvolvimento significativo da guerra tecnológica EUA-China, a Nvidia e a AMD concordaram em pagar ao governo norte-americano 15% das receitas da venda de chips de IA avançados à China. Este acordo, que surge após um congelamento das exportações, permite a retoma das vendas, mas estabelece um precedente de partilha de receitas em setores estratégicos, refletindo as profundas preocupações de segurança nacional.

A Intel teve uma semana volátil e positiva em bolsa, com as suas ações a dispararem com a especulação de uma possível aquisição de participação pelo governo dos EUA.

O ponto alto foi uma reunião entre o CEO e o Presidente Trump, que ocorreu pouco depois de Trump ter pedido a sua demissão, sinalizando a importância estratégica da empresa para a segurança nacional.

A Ørsted sofreu uma queda bolsista de quase 30% para mínimos históricos após anunciar um aumento de capital de 9,4 mil milhões de dólares.

A decisão foi motivada por dificuldades em projetos eólicos nos EUA, exacerbadas pela incerteza política, e teve um impacto negativo em todo o setor europeu de energias renováveis.

O BBVA formalizou a sua OPA hostil pelo Sabadell, prosseguindo com a operação apesar das condições impostas pelo governo espanhol.

A situação gerou um conflito com a Comissão Europeia, que iniciou um procedimento de infração contra Espanha, tornando este um dos negócios mais complexos e observados do setor financeiro europeu.

O BCP destacou-se na última semana pelo forte desempenho das suas ações, que lideraram os ganhos na bolsa de Lisboa em várias sessões, e pelo avanço significativo no seu programa de recompra de ações, tendo já executado mais de 93% do montante total de 200 milhões de euros.

A revelação de que a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, comprou uma participação de 1,6 mil milhões de dólares na UnitedHealth provocou uma forte valorização das ações da seguradora. O investimento, que fez as ações subirem até 9,6% no pós-mercado, é visto como um forte sinal de confiança na empresa.

A Mota-Engil foi protagonista de uma subida contínua na bolsa de Lisboa, acumulando 10 sessões de ganhos e uma valorização de 324 milhões de euros na sua capitalização bolsista durante o mês de agosto.

O desempenho consistente reflete a forte confiança dos investidores na construtora.

A Tesla enfrenta uma crise multifacetada, com vendas em queda, uma gama de produtos envelhecida e as repercussões do conflito entre Elon Musk e Donald Trump, que eliminou incentivos fiscais.

A situação levou a uma forte desvalorização das ações e a um crescente ceticismo por parte dos analistas sobre a gestão da empresa.

A EDP Renováveis foi penalizada no início da semana, com quedas próximas de 3%, devido à crise na Ørsted que afetou todo o setor renovável.

No entanto, o otimismo regressou após o HSBC ter revisto em alta os preços-alvo para a EDPR e para a casa-mãe EDP, terminando a semana em terreno positivo.

A Galp foi a principal responsável pela queda da bolsa de Lisboa na quinta-feira, com as suas ações a desvalorizarem 2,28%. A queda foi um ajuste técnico devido ao facto de as ações passarem a ser negociadas sem direito ao dividendo intercalar, um evento que penalizou o índice nacional.