Briefing: Tarifas e guerra comercial

A União Europeia adotou uma estratégia dupla, combinando tarifas protecionistas contra veículos elétricos chineses com um forte incentivo à produção interna de carros pequenos e acessíveis, procurando assim salvaguardar a sua indústria automóvel e liderar a transição energética.

A instalação de fábricas na Europa é a principal estratégia dos construtores automóveis chineses para superar as barreiras tarifárias da UE, demonstrando uma adaptação pragmática para garantir o acesso e a competitividade num mercado-chave.

As tarifas norte-americanas estão a criar barreiras significativas para as exportações europeias em setores-chave como o têxtil e o luxo, forçando aumentos de preços e gerando um clima de incerteza económica que prejudica a competitividade das empresas no mercado global.

A Reserva Federal dos EUA considera as tarifas uma ameaça inflacionária, levando-a a adotar uma política monetária cautelosa que procura mitigar os riscos para o mercado de trabalho sem ignorar a persistência da inflação, resultando num corte moderado das taxas de juro.

Apesar do reconhecimento generalizado dos riscos associados à instabilidade tarifária, a maioria das empresas não está preparada para os seus impactos financeiros, destacando a necessidade urgente de reforçar a função estratégica do procurement e investir em resiliência.

A indústria têxtil europeia está a mobilizar-se para exigir que Bruxelas acabe com a isenção de taxas aduaneiras para pequenas encomendas, uma medida considerada crucial para combater a concorrência desleal e a evasão fiscal das gigantes da 'ultra fast fashion'.

As tarifas comerciais são um elemento-chave e um ponto de grande atrito nas negociações entre os EUA e a China, refletindo a complexa teia de interesses económicos e geopolíticos que definem a atual relação entre as duas maiores economias mundiais.

Ken Fisher oferece uma visão alternativa e baseada em dados históricos, defendendo que as tarifas são uma ferramenta económica ineficaz que penaliza a economia doméstica e cujo impacto inflacionário é sobrestimado, sendo a política monetária o verdadeiro motor da inflação.