Briefing: Tarifas e guerra comercial

A imposição de tarifas pela UE sobre os VEs chineses provocou uma resposta estratégica de localização da produção por parte dos fabricantes asiáticos.

Esta mudança, embora destinada a proteger o mercado europeu, está a acelerar a presença industrial chinesa no continente, aumentando a concorrência interna e pressionando os construtores europeus a inovar e a adaptar-se a uma nova realidade de mercado.

As tarifas norte-americanas estão a provocar um efeito dominó na economia europeia, levando a aumentos de preços para os consumidores, à redução da competitividade das exportações e à necessidade de as empresas reestruturarem as suas cadeias de abastecimento. Para Portugal, a quebra nas exportações para um mercado estratégico evidencia a vulnerabilidade da economia nacional às tensões comerciais globais.

A União Europeia está a adotar uma política industrial mais assertiva para defender o seu setor automóvel, combinando medidas de proteção comercial com incentivos à produção local de veículos acessíveis e sustentáveis.

Esta estratégia visa não só conter a expansão dos concorrentes asiáticos, mas também garantir a competitividade e a inovação da indústria europeia a longo prazo.

A volatilidade das políticas comerciais globais colocou a gestão de tarifas no topo das prioridades corporativas. A falta de preparação da maioria das empresas representa um risco significativo para a sua rentabilidade e estabilidade, exigindo uma abordagem mais estratégica e resiliente na gestão das cadeias de abastecimento para navegar na incerteza económica.

Os casos dos setores do arroz e do alumínio ilustram como políticas tarifárias desequilibradas e a falta de reciprocidade comercial ameaçam indústrias europeias para além dos grandes focos mediáticos. Os produtores defendem que, sem medidas corretivas, como taxas de exportação ou cláusulas de salvaguarda, a competitividade e a sustentabilidade de setores estratégicos na Europa estão em risco.