Briefing: Tarifas e guerra comercial

A advertência de Álvaro Santos Pereira posiciona as disputas comerciais e as tarifas como uma ameaça central à estabilidade económica de Portugal, instando a uma maior prudência fiscal e a uma monitorização atenta do comércio mundial para proteger os setores exportadores.

A imposição de tarifas pela UE sobre os veículos elétricos chineses marca um ponto de viragem protecionista, visando salvaguardar a indústria europeia, mas arriscando uma guerra comercial mais ampla e o aumento dos preços para os consumidores.

A decisão de fabricantes chineses como a BYD e a Xpeng de produzir na Europa é uma manobra estratégica para anular o efeito das tarifas da UE, demonstrando a sua determinação em competir diretamente no mercado europeu e transformar um desafio comercial numa vantagem industrial.

As tarifas norte-americanas e a consequente pressão da concorrência asiática estão a sufocar o setor têxtil europeu, que apela a medidas de apoio urgentes para evitar o encerramento de empresas viáveis e a perda de mais postos de trabalho.

A maioria das empresas está mal preparada para o impacto financeiro das tarifas, um risco que ameaça aumentar os custos e a inflação.

A modernização estratégica da área de procurement é apontada como a chave para mitigar esta vulnerabilidade e garantir a resiliência empresarial.

A resposta das empresas às tarifas norte-americanas varia entre o repasse imediato dos custos para os consumidores, como fez a Swatch, e a implementação de estratégias de mitigação a longo prazo, como a da Tapestry, refletindo diferentes abordagens à gestão do risco comercial.

As tarifas comerciais são vistas como um dos principais riscos para o setor do luxo, afetando a confiança dos investidores e o planeamento estratégico de marcas icónicas como a Armani, num período de crescente incerteza económica global.

O acordo comercial UE-EUA, com a sua tarifa de 15%, exemplifica a natureza seletiva das políticas comerciais, penalizando setores como o têxtil enquanto poupa, para já, a indústria de bebidas, e sublinhando a incerteza que paira sobre o futuro das relações transatlânticas.

As tarifas comerciais tornaram-se um fator de risco proeminente para a economia da Zona Euro, colocando o BCE em estado de alerta e condicionando as suas decisões futuras sobre taxas de juro para mitigar potenciais choques económicos.

A instabilidade tarifária emergiu como um fator de dissuasão significativo no mercado de fusões e aquisições, gerando uma incerteza que complica as avaliações de empresas e adia decisões de investimento estratégico na Europa.