Briefing: Tarifas e guerra comercial

A nova tarifa de 15% imposta pelos EUA às importações da UE gera incerteza económica, com o BCE a notar que a taxa excede as suas projeções.

Em resposta, as empresas europeias estão a diversificar os seus mercados de exportação, focando-se em regiões como os países nórdicos, enquanto associações industriais apelam à criação de tetos tarifários para garantir estabilidade.

Ao dedicar a produção do seu novo e acessível carro elétrico, o ID.EVERY1, exclusivamente ao mercado europeu, a fábrica da Autoeuropa em Palmela implementa uma estratégia eficaz para evitar as tarifas norte-americanas.

Esta decisão, apoiada por um avultado investimento, solidifica o seu papel como um polo estratégico na eletrificação da Volkswagen na Europa e aumenta a resiliência da sua cadeia de abastecimento.

Confrontadas com elevadas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses, as empresas estão a adaptar-se.

O Walmart está a transferir parte do seu aprovisionamento para o Vietname para beneficiar de tarifas mais baixas, enquanto o modelo de negócio da Shein é desafiado pela remoção de isenções fiscais. Esta dinâmica ilustra uma tendência mais vasta de diversificação da cadeia de abastecimento em resposta às tensões comerciais.

Os Estados Unidos impuseram uma tarifa de 15% sobre as exportações farmacêuticas da UE, com potencial para uma escalada significativa, o que gera grande incerteza no setor.

Esta medida ameaça diretamente centros de produção como Westport, na Irlanda, a fonte global de Botox.

Enquanto algumas empresas norte-americanas como a MSD mantêm os seus planos de investimento na Europa, prevê-se que as tarifas aumentem os preços dos medicamentos no mercado norte-americano.