Briefing: União Europeia

O acordo comercial entre a UE e os EUA estabelece uma tarifa geral de 15%, trazendo estabilidade, mas criando vencedores, como o setor da cortiça, e perdedores, como os setores do vinho e farmacêutico. Embora saudado pelos líderes da UE como um passo positivo, o acordo continua a ser negociado em áreas chave como o aço e o alumínio, e a sua implementação plena depende de futuras ações legislativas.

A visita de alto nível a Washington demonstrou a união europeia no apoio a Kiev, mas também expôs a sua dependência da liderança dos EUA no processo de paz. Apesar dos elogios à iniciativa de Trump, os líderes da UE procuraram influenciar as negociações, defendendo um cessar-fogo e garantias de segurança robustas, com o objetivo de assegurar que a Europa tenha um papel central na arquitetura de segurança do continente.

A definição de garantias de segurança para a Ucrânia tornou-se um pilar da estratégia europeia para a paz, com a "Coligação dos Dispostos" a planear uma força de dissuasão. No entanto, o plano enfrenta desafios significativos, como a recusa dos EUA em colocar tropas no terreno e a oposição categórica da Rússia, que exige ser incluída nas negociações para qualquer arquitetura de segurança duradoura.

A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, adotou uma postura cética em relação às negociações de paz com a Rússia, qualificando as propostas de cedência territorial como uma "armadilha".

Defendeu que a melhor garantia de segurança para a Ucrânia é o fortalecimento do seu próprio exército, apelando a um apoio militar concreto por parte dos aliados europeus.

Em 2025, a UE enfrenta um ano recorde de incêndios florestais, com mais de um milhão de hectares ardidos, superando o pico de 2017. Espanha e Portugal estão entre os países mais afetados, com a crise a gerar também emissões de CO2 sem precedentes para a época, destacando a urgência de uma ação climática e de proteção civil reforçada a nível europeu.

Numa disputa institucional significativa, o Parlamento Europeu levou o Conselho da UE a tribunal por ter sido contornado na aprovação do programa de defesa SAFE, de 150 mil milhões de euros. O Parlamento alega o uso indevido de um procedimento de emergência e exige a anulação do regulamento, embora pedindo a manutenção dos seus efeitos para não atrasar os investimentos em defesa dos Estados-membros.

A Hungria, liderada por Viktor Orbán, mantém-se como o principal obstáculo à adesão da Ucrânia à UE, considerando-a perigosa e ineficaz para a segurança.

A situação levou a Ucrânia a pedir a mediação dos EUA, evidenciando as profundas divisões dentro da UE sobre o futuro do alargamento e a estratégia em relação à Rússia.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças alerta que o aumento de doenças como o Chikungunya e o Vírus do Nilo Ocidental é o "novo normal" na Europa, impulsionado pelas alterações climáticas. Com a expansão dos mosquitos vetores, o ECDC sublinha a necessidade de uma resposta de saúde pública robusta e coordenada para proteger uma população cada vez mais em risco.

A Greenpeace denuncia que as viagens de avião na Europa são substancialmente mais baratas do que as de comboio devido a políticas fiscais favoráveis à aviação.

A organização considera este um "sistema falido" que prejudica as metas climáticas da UE e apela a uma reforma urgente para promover o transporte ferroviário como uma alternativa mais sustentável.

A queda de um drone russo em território polaco levou Varsóvia a acusar Moscovo de uma "provocação deliberada" e de conduzir uma "guerra híbrida".

O incidente, que ocorre num momento crucial das negociações de paz para a Ucrânia, elevou a tensão na fronteira oriental da NATO e resultou num protesto formal da Polónia junto da Rússia.