Briefing: Donald Trump

A iminente cimeira entre Trump e Putin, impulsionada por um ultimato americano, é um evento de alto risco diplomático.

A exclusão de Zelensky levanta sérias dúvidas sobre a viabilidade de uma paz justa, com muitos a temerem que o encontro sirva mais os interesses estratégicos da Rússia do que uma resolução genuína do conflito na Ucrânia.

A política agressiva de tarifas de Donald Trump funciona como uma ferramenta central da sua diplomacia, visando pressionar tanto aliados como adversários.

Embora tenha forçado alguns acordos, como com a UE, a sua eficácia é questionada por especialistas e condenada por organismos internacionais, que alertam para o seu impacto negativo na economia global e nos consumidores americanos.

Ao duplicar a recompensa pela captura de Nicolás Maduro sob acusações de narcotráfico, a administração Trump eleva a pressão sobre o regime venezuelano a um novo patamar.

Enquanto Washington enquadra a ação como uma questão de segurança nacional, Caracas desvaloriza-a como uma tática de diversão política, evidenciando a profunda hostilidade entre os dois governos.

A administração Trump implementou uma agenda de imigração restritiva, desde a contestação ao direito de cidadania por nascimento até à expansão de centros de detenção e alterações no censo. Estas políticas, que visam reforçar o controlo fronteiriço e limitar a imigração ilegal, enfrentam forte resistência judicial e acusações de violação de direitos constitucionais.

A mediação de Trump no acordo de paz entre a Arménia e o Azerbaijão, simbolizada pela "Ponte Trump", representa um potencial marco diplomático para a sua presidência.

Embora o acordo possa estabilizar o Cáucaso do Sul, o seu sucesso depende da resolução de detalhes complexos sobre soberania e controlo, com implicações significativas para as potências regionais, especialmente a Rússia, que vê a sua influência diminuir.

A nomeação de Donald Trump para o Nobel da Paz pela mediação no conflito entre a Tailândia e o Camboja sublinha a sua aposta em acordos diplomáticos como um pilar da sua política externa. Esta e outras nomeações são vistas pela sua administração como prova de sucesso, contrastando com a dificuldade em resolver conflitos de maior escala como o da Ucrânia.

O apelo de Trump à demissão do CEO da Intel, baseado em preocupações de segurança nacional sobre as suas ligações à China, ilustra a abordagem assertiva da administração em relação às grandes empresas tecnológicas e à rivalidade com Pequim.

A medida, que teve impacto imediato no valor da Intel, coloca a empresa sob intensa pressão política.

A demissão de altos funcionários do FBI envolvidos em investigações a aliados de Donald Trump gerou preocupações sobre a politização da agência. A falta de uma justificação oficial para os afastamentos alimenta o debate sobre a pressão exercida pela administração Trump sobre as instituições de justiça.

A imposição de tarifas ao Brasil, justificada por Donald Trump com a defesa do seu aliado Jair Bolsonaro, foi condenada pela RSF como um uso cínico da liberdade de expressão.

A medida evidencia a utilização da política comercial como ferramenta para exercer pressão política e ideológica sobre outros países.

O escândalo Epstein continua a assombrar a presidência de Trump, sendo utilizado por adversários, como o governo venezuelano, como uma arma política. A administração Trump nega a relevância do caso, tratando-o como uma "farsa" e uma tática de distração dos democratas, embora o tema persista no debate público.