Briefing: Donald Trump

A retórica de Donald Trump e a nova estratégia de segurança dos EUA marcaram um ponto de viragem nas relações transatlânticas, com Washington a criticar abertamente a política migratória e a liderança europeias, gerando fortes reações de protesto e preocupação entre os seus aliados tradicionais, que, apesar de tudo, tentam preservar a aliança.

A administração Trump aprofundou a sua agenda anti-imigração através da expansão de proibições de viagem, da suspensão de cerimónias de cidadania para nacionais de certos países e do desafio legal ao direito de cidadania por nascimento, consolidando uma das políticas mais controversas do seu mandato.

Donald Trump alterou a abordagem dos EUA ao conflito ucraniano, pressionando por um acordo de paz rápido que inclui a cedência de território por parte de Kiev.

A sua diplomacia pessoal, contornando os canais tradicionais, e a sua avaliação de que a Rússia tem a vantagem, sinalizam uma potencial redução do apoio americano à Ucrânia.

A política da administração Trump para a Venezuela oscila entre a ameaça de força militar direta e contactos diplomáticos de alto nível.

Ao não descartar uma intervenção e ao intensificar a presença militar na região, Washington mantém uma pressão máxima sobre o regime de Maduro, embora a sua estratégia final permaneça ambígua.

A campanha militar da administração Trump contra o narcotráfico nas Caraíbas está sob intenso escrutínio devido ao elevado número de mortos e a táticas controversas, como o ataque a sobreviventes.

A investigação do Congresso e as queixas legais internacionais podem vir a classificar estas ações como crimes de guerra, embaraçando a Casa Branca.

A segurança para o Mundial de 2026 nos EUA será reforçada a um nível sem precedentes, com a administração Trump a admitir abertamente a possibilidade de operações de imigração em larga escala. Esta abordagem sublinha a prioridade dada à segurança e ao controlo de fronteiras, mesmo durante um evento desportivo internacional de grande visibilidade.

As políticas energéticas e ambientais de Donald Trump caracterizaram-se por uma desregulamentação e um apoio explícito aos combustíveis fósseis.

A tentativa de bloquear a energia eólica e a flexibilização das normas de emissões de veículos representam um claro desmantelamento do legado ambiental da administração anterior, embora algumas dessas medidas tenham enfrentado reveses nos tribunais.

Através da alteração de feriados nacionais e da renomeação de uma instituição federal, Donald Trump demonstrou uma tendência para utilizar os símbolos do Estado para fins de promoção pessoal e política, gerando críticas sobre a apropriação de bens públicos e o desrespeito por marcos históricos importantes para minorias.

Apesar da incerteza inicial gerada pela revisão ordenada por Donald Trump, os Estados Unidos reafirmaram o seu compromisso com o pacto de defesa AUKUS, considerando-o alinhado com a sua política externa.

A decisão representa uma continuidade estratégica na contenção da China no Indo-Pacífico, embora desafios de implementação permaneçam.

O ataque fatal a um membro da Guarda Nacional em Washington por um refugiado afegão foi imediatamente politizado pela administração Trump, que o usou como justificação para endurecer ainda mais as políticas de asilo e imigração.

O incidente realçou as complexas consequências da retirada dos EUA do Afeganistão e a vulnerabilidade do processo de verificação de refugiados.