Briefing: Avanços científicos da semana

A reanálise do crânio Yunxian 2, através de tecnologia avançada, sugere que a árvore evolutiva humana se ramificou muito antes do que se pensava, colocando potencialmente espécies como o Homo sapiens ou os Neandertais mais recuados no tempo.

Esta descoberta realça o papel crucial da Ásia Oriental na evolução humana e sublinha o quão incompleto é ainda o nosso conhecimento sobre as nossas origens.

A missão russa Bion-M 2, uma "Arca de Noé" espacial, completou uma viagem de 30 dias para estudar os efeitos da radiação e da microgravidade em diversos organismos, desde ratos a sementes. Os dados recolhidos, incluindo de uma simulação de sobrevivência em meteoritos, serão cruciais para compreender a resistência da vida no espaço e informar futuras missões de longa duração.

A investigação da Universidade de Lisboa comparou as células cancerosas a uma "turma malcomportada", demonstrando que as interações entre proteínas vizinhas são determinantes para a progressão do cancro.

Ao identificar estas proteínas como alvos terapêuticos promissores, o estudo abre caminho para o desenvolvimento de fármacos mais personalizados, embora os investigadores alertem para a necessidade de um "otimismo moderado" face ao longo processo de desenvolvimento clínico.

Investigadores identificaram o composto LN-7, que bloqueia um passo essencial na replicação do vírus herpes, impedindo a formação de novas partículas virais.

Esta nova abordagem é eficaz mesmo contra estirpes resistentes aos tratamentos atuais, abrindo portas para uma nova classe de fármacos que pode revolucionar a gestão de uma das infeções virais mais comuns no mundo.

A tecnologia CHXI MMT, desenvolvida nos EUA, utiliza alvos multimetálicos para gerar imagens de raios X coloridas, permitindo uma identificação mais precisa dos materiais. Esta inovação promete revolucionar o diagnóstico médico, nomeadamente na deteção precoce de cancro, ao oferecer uma clareza de imagem sem precedentes, 130 anos após a descoberta original dos raios X.

A investigadora Sara Barrias, da UTAD, criou um biossensor que utiliza biópsias líquidas para detetar uma mutação do gene BRCA2, ligada ao cancro da mama hereditário. Premiada pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, esta tecnologia menos invasiva tem potencial para a deteção precoce, monitorização da doença e personalização de tratamentos, representando um avanço significativo na oncologia.

A análise de dentes de mamute revelou que o cruzamento entre o mamute-lanoso e o mamute-colombiano era uma prática comum. Esta descoberta desafia a noção tradicional de que espécies distintas não se reproduzem entre si e reforça a ideia de que a hibridação é um mecanismo evolutivo mais significativo do que se supunha anteriormente.

A descoberta de fósseis de abelhas, flores de tília e pólen nos mesmos sedimentos de 24 milhões de anos na Alemanha constitui a primeira prova direta de uma interação polinizadora tão antiga.

Este achado sublinha a longa coevolução entre estas espécies e fornece dados cruciais para a compreensão da dinâmica dos ecossistemas, particularmente relevante face ao atual declínio dos polinizadores.

Cientistas descobriram que a planta Vincetoxicum nakaianum imita o odor de formigas feridas para atrair moscas que se alimentam delas, usando-as como polinizadoras.

Este é o primeiro exemplo documentado deste tipo de mimetismo, revelando uma estratégia evolutiva complexa e sugerindo que muitas outras formas de engano floral podem ainda estar por descobrir na natureza.

Ao analisar coprólitos de 300 milhões de anos, cientistas descobriram que minúsculos grãos de carbonato de ferro, e não os minerais fosfatados, foram os responsáveis pela preservação de moléculas orgânicas.

Esta descoberta estabelece um novo padrão para a fossilização molecular, permitindo aos investigadores procurar fósseis em locais com condições específicas para encontrar pistas químicas sobre a dieta, o ambiente e a decomposição de animais pré-históricos.