Briefing: Avanços científicos da semana

A descoberta de um edifício monumental do período de Uruk em Kani Shaie, por uma equipa liderada por portugueses, redefine a compreensão histórica da antiga Mesopotâmia.

Artefactos encontrados no local indicam que esta comunidade não era uma periferia, mas um centro ativo nos processos culturais e políticos, desafiando os modelos existentes sobre o 'Berço da Civilização'.

Uma investigação liderada pela Universidade de Coimbra demonstrou que a inibição de dois microARN específicos acelera drasticamente a cicatrização de feridas em modelos de diabetes. Esta descoberta representa um alvo terapêutico promissor para tratar úlceras crónicas, podendo reduzir o risco de amputações e melhorar a qualidade de vida dos doentes.

Investigadores de Cambridge criaram 'hematoides', modelos tridimensionais que replicam a formação inicial de sangue num embrião humano, produzindo diversos tipos de células sanguíneas. Embora não se possam desenvolver em embriões completos, estes modelos representam uma ferramenta poderosa para estudar doenças do sangue, como a leucemia, e para o potencial desenvolvimento de células para transplante.

Uma colaboração entre a FEUP e a UT Austin resultou numa terapia fototérmica inovadora que utiliza nanoflocos e luz de LEDs para destruir células de cancro da pele e do cólon.

A técnica demonstrou ser altamente seletiva e eficaz, oferecendo uma alternativa mais segura e económica aos métodos convencionais, com potencial para tornar os tratamentos oncológicos mais acessíveis.

Cientistas da Universidade de Cornell criaram tomateiros geneticamente modificados que funcionam como sensores vivos, mudando de cor para vermelho para indicar falta de azoto.

A tecnologia 'RedAlert Living Sensors' oferece um método visual e precoce para otimizar a fertilização, com potencial para reduzir o impacto ambiental da agricultura e promover práticas mais sustentáveis.

De acordo com um relatório da Comissão Europeia, Portugal lidera o grupo de 'inovadores moderados' na utilização de fundos do PRR para impulsionar a Investigação e Inovação, alocando 17% do seu plano a esta área. Embora o investimento tenha fomentado importantes projetos colaborativos, a implementação enfrenta desafios como a complexidade administrativa e a escassez de mão de obra qualificada.

Um estudo publicado na *Science* forneceu a primeira prova direta de que o morcego-arborícola-gigante caça e come aves em pleno voo.

Através de tecnologia de gravação avançada, os cientistas documentaram todo o processo, desde a perseguição até ao consumo, confirmando um comportamento predador extraordinário que era apenas uma hipótese há décadas.

Uma nova vacina experimental, testada em ratinhos, demonstrou uma eficácia de até 88% na prevenção de cancros agressivos como o melanoma e o cancro do pâncreas. A tecnologia, baseada em nanopartículas de dupla ação, gera uma forte memória imunitária, abrindo perspetivas promissoras para futuras terapias oncológicas, tanto preventivas como terapêuticas.

Uma nova tecnologia de imagem, a ASA-PD, permitiu visualizar pela primeira vez os agregados de proteínas tóxicas que causam a Doença de Parkinson.

O estudo revelou que estes aglomerados são maiores e mais abundantes nos cérebros dos doentes e identificou uma subclasse específica que poderá servir como um marcador precoce da doença, abrindo novas vias para o diagnóstico e tratamento.

A identificação do *Xiphodracon goldencapensis*, ou 'Dragão-Espada de Dorset', a partir de um fóssil excecionalmente completo, revela uma nova espécie de ictiossauro com 190 milhões de anos.

A descoberta preenche uma lacuna no registo fóssil e oferece novos dados sobre a evolução e diversidade dos répteis marinhos durante o período Jurássico.