Briefing: Bolsa Nacional e Internacional ontem

A confluência de instabilidade política nos EUA e na Europa, juntamente com fatores macroeconómicos como a expectativa de juros mais baixos e a desvalorização do dólar, solidificou o estatuto do ouro como o principal porto seguro para os investidores, impulsionando a sua cotação para níveis sem precedentes.

A sessão em Wall Street foi marcada pela indecisão, com os ganhos no setor tecnológico a contrastarem com a estagnação do Dow Jones, enquanto os investidores digeriam as atas da Fed que apontam para uma abordagem cautelosa e um cenário económico incerto, agravado pela paralisação governamental.

Os mercados europeus demonstraram resiliência, fechando com ganhos generalizados na quarta-feira.

O bom desempenho do setor bancário superou o impacto negativo dos setores automóvel e tecnológico, mostrando um apetite seletivo por risco por parte dos investidores.

O PSI manteve a sua trajetória positiva na quarta-feira, com as empresas do setor da pasta e papel e da construção a darem o principal impulso. Apesar da queda acentuada da Galp, o balanço final foi positivo, refletindo a confiança dos investidores no mercado nacional.

A combinação de uma paralisação governamental nos EUA, que gera incerteza sobre a política monetária, e uma crise de liderança em França, que ameaça a estabilidade da zona euro, criou um ambiente de elevada cautela nos mercados, beneficiando ativos seguros e penalizando os ativos de risco associados a estas geografias.

O mercado petrolífero registou um dia positivo, com os preços do Brent e do WTI a subirem de forma consistente. A valorização do crude sugere que os investidores mantêm uma perspetiva otimista sobre a procura global de energia, apesar dos focos de incerteza económica e política.

A Altri destacou-se como a principal impulsionadora da bolsa de Lisboa na quarta-feira, com uma valorização superior a 3%.

O forte desempenho da papeleira foi fundamental para o fecho positivo do PSI, refletindo a confiança dos investidores no setor.

A Mota-Engil foi um dos principais motores do PSI na quarta-feira, com as suas ações a subirem mais de 3% após a notícia de novos contratos relevantes. O desempenho reflete o otimismo dos investidores quanto à capacidade de execução e ao crescimento da carteira de encomendas da construtora.

A EDP Renováveis beneficiou de uma avaliação positiva por parte do BNP Paribas, que melhorou a sua recomendação e preço-alvo. A notícia impulsionou as ações da empresa, que registaram subidas consistentes, refletindo a confiança do mercado no futuro do setor de energias renováveis.

Apesar do forte 'bull market' desde a pandemia, os alertas dos bancos centrais sobre avaliações historicamente elevadas nos mercados acionistas ganham força.

Indicadores financeiros confirmam que os preços incorporam expectativas muito otimistas, aumentando o risco de uma correção caso o cenário macroeconómico se deteriore.