Briefing: Bolsa Nacional e Internacional ontem

O fecho misto de Wall Street, com o Nasdaq a divergir dos restantes índices, sublinha um mercado dominado pela cautela.

A incerteza em torno da política monetária da Fed e a reavaliação dos ativos tecnológicos são os principais fatores que moldam o sentimento dos investidores.

O dia foi de perdas acentuadas para as bolsas europeias, que seguiram a tendência global de aversão ao risco.

As preocupações com a política monetária norte-americana e a sobrevalorização de ativos tecnológicos dominaram a sessão, resultando numa desvalorização generalizada dos principais índices do continente.

O índice PSI fechou em queda, alinhado com o pessimismo dos mercados europeus.

O setor do retalho, com Sonae e Jerónimo Martins em destaque negativo, foi o principal responsável pela desvalorização, num dia em que apenas um pequeno número de cotadas escapou às perdas.

A sessão asiática foi marcada por perdas expressivas na maioria dos mercados, com o setor tecnológico a ser o mais penalizado.

O pessimismo global, originado em Wall Street, contagiou a região, levando a uma forte correção e demonstrando a vulnerabilidade dos mercados a mudanças no sentimento dos investidores.

As preocupações com uma possível sobrevalorização no setor da Inteligência Artificial foram um catalisador chave para a correção nos mercados.

O debate sobre se as atuais avaliações são sustentáveis intensificou-se, levando a uma maior volatilidade e a vendas nas ações tecnológicas.

O mercado petrolífero moveu-se em contraciclo com a tendência negativa dos mercados de ações, registando uma valorização expressiva.

Esta subida beneficiou as empresas do setor energético, mas adicionou uma camada de complexidade ao cenário macroeconómico global.

A próxima semana será marcada pela divulgação de dados macroeconómicos e empresariais de grande relevância.

As atas da Fed e do RBA fornecerão pistas sobre a política monetária, enquanto os resultados da Nvidia serão determinantes para o futuro a curto prazo do setor tecnológico.

A forte desvalorização dos mercados é amplamente vista como uma fase de correção técnica.

Após meses de ganhos recorde em vários índices, os investidores optaram por realizar lucros, um movimento considerado natural e expectável para reequilibrar as avaliações.

O recente 'shutdown' do governo dos EUA deixou um rasto de incerteza, principalmente devido ao atraso na publicação de indicadores económicos.

Esta falta de dados está a dificultar a tomada de decisões da Fed e a contribuir para a volatilidade, com os mercados a temerem os potenciais impactos negativos no emprego e no consumo.

As taxas Euribor mostraram um comportamento misto, subindo nos prazos a 3 e 12 meses pela quarta sessão seguida, enquanto a taxa a 6 meses desceu.

Esta divergência reflete a complexidade das expectativas do mercado monetário quanto à futura política de juros na Zona Euro.