Briefing: Crise no Médio Oriente

Os EUA estão a promover ativamente a normalização das relações sauditas-israelitas, utilizando reuniões de alto nível e o incentivo estratégico da venda de caças F-35. No entanto, o progresso está dependente da exigência de longa data da Arábia Saudita de passos tangíveis em direção a um Estado palestiniano, uma condição que permanece um obstáculo significativo nas negociações.

A fronteira israelo-libanesa é um foco de instabilidade crescente, com ataques militares israelitas, disputas territoriais, confrontos com a FINUL e uma retórica intransigente do Hezbollah.

Estes desenvolvimentos minam o cessar-fogo e aumentam o risco de um conflito em grande escala.

A violência na Cisjordânia intensifica-se com ataques palestinianos e agressões recorde por parte de colonos israelitas. Apesar das promessas do governo de Netanyahu de reprimir os colonos violentos, um histórico de impunidade e o contínuo derramamento de sangue de ambos os lados alimentam um ciclo de conflito perigoso.

A aprovação de uma força internacional para Gaza pelo Conselho de Segurança da ONU representa um avanço diplomático para a gestão do pós-conflito.

No entanto, a abstenção da Rússia e a forte oposição da extrema-direita israelita ilustram os significativos desafios geopolíticos e regionais que a sua implementação enfrentará.

O inverno intensifica o sofrimento da população deslocada em Gaza, com abrigos inadequados a serem inundados pelas chuvas.

Apelos urgentes por ajuda da Autoridade Palestiniana e do Hamas destacam a gravidade da crise, enquanto as restrições israelitas à entrada de mantimentos continuam a ser um obstáculo crítico.

O Irão nega o enriquecimento de urânio, mas enfrenta o ceticismo da AIEA, que não consegue verificar as suas reservas nucleares. A ameaça de uma nova resolução da AIEA, apoiada por potências ocidentais, arrisca-se a deteriorar ainda mais a cooperação e a aumentar as tensões sobre o controverso programa nuclear de Teerão.

A Síria dá os primeiros passos para lidar com o seu passado violento através de julgamentos em Alepo, enquanto a comunidade internacional, liderada pela UE, se envolve em discussões sobre a sua transição democrática.

O processo de responsabilização e reconstrução política é incipiente e enfrenta desafios significativos.

A extrema-direita israelita, com ministros a defenderem o assassinato e a prisão de líderes palestinianos, exerce uma pressão significativa sobre o governo.

Esta radicalização não só impede qualquer progresso em direção a uma solução de dois Estados, como também força o primeiro-ministro a gerir as contradições entre a sua base política e a necessidade de conter a violência extremista.

A coligação do primeiro-ministro iraquiano saiu vitoriosa numas eleições com participação acrescida, recebendo felicitações tanto dos EUA como do Irão.

O resultado aponta para a continuidade política, com o desafio de formar um governo de coligação estável que possa navegar as complexas influências regionais e internacionais.

Denúncias de tortura sistemática de palestinianos na ONU e a aprovação inicial de uma lei de pena de morte, vista como discriminatória pela Amnistia Internacional, colocam as práticas de direitos humanos de Israel sob forte crítica. Estas acusações e medidas legislativas são vistas como violações graves do direito internacional e pilares do que os críticos chamam de um sistema de opressão.