Briefing: Crise no Médio Oriente

Israel realizou uma série de ataques aéreos no Líbano, justificados como preventivos contra o rearmamento do Hezbollah.

Estes ataques, que causaram vítimas e foram condenados pelo Irão, violam o cessar-fogo e aumentam a instabilidade na fronteira, num momento em que o Estado libanês tenta afirmar a sua soberania.

O Líbano enfrenta uma intensa pressão diplomática, especialmente dos EUA, para desarmar o Hezbollah e cortar os seus laços com o Irão, enquanto a ONU apela à contenção.

A situação é polarizada, com os aliados do Hezbollah a condenarem a "agressão" israelita, colocando o governo de Beirute numa posição de grande fragilidade.

A crise em Gaza aprofunda-se com um número de mortos devastador e um fluxo de ajuda humanitária inadequado que não cumpre as metas do cessar-fogo. A trégua permanece frágil, com incidentes contínuos que resultam em mais mortes, enquanto milhares de corpos ainda se encontram sob os escombros.

A repatriação dos corpos de reféns e soldados israelitas de Gaza é um processo complexo e emocionalmente carregado, simbolizado pelo funeral de Hadar Goldin após 11 anos. Embora traga um encerramento para algumas famílias, a questão permanece um ponto de discórdia entre Israel e o Hamas, com acusações de atrasos deliberados.

Os EUA estão a promover uma rápida normalização das relações com a nova liderança síria de Ahmed al-Sharaa, culminando numa visita histórica à Casa Branca e no alívio de sanções.

Esta mudança estratégica visa integrar a Síria pós-Assad na arquitetura de segurança regional, apesar do passado controverso do seu novo líder.

Quase um ano após a queda de Assad, a ONU alerta que graves violações de direitos humanos, como sequestros, persistem na Síria. Esta realidade, juntamente com a desconfiança de alguns países como a Moldova, complica os esforços ocidentais para normalizar as relações com o novo governo de Ahmad al-Sharaa.

A adesão do Cazaquistão aos Acordos de Abraão representa uma expansão significativa da iniciativa para a Ásia Central, reforçando a estratégia dos EUA de promover a normalização das relações com Israel.

O movimento é visto como um passo lógico pela nação centro-asiática e uma vitória diplomática para a administração Trump.

As conversações de paz entre Afeganistão e Paquistão colapsaram em meio a acusações mútuas e violência na fronteira, demonstrando a incapacidade de resolver as suas disputas de segurança. O impasse ameaça uma nova escalada de hostilidades e atrai a atenção de potências regionais como o Irão, que se ofereceu para mediar o conflito.

As eleições no Iraque, com uma participação superior à anterior, são cruciais para a estabilidade interna e para o xadrez geopolítico do Médio Oriente.

O resultado determinará a força da influência iraniana e a capacidade de Bagdade de equilibrar as suas relações com os EUA, a Turquia e os países do Golfo.

A libertação de Hannibal Kadhafi, após 10 anos de prisão no Líbano sem julgamento, encerra um longo e controverso capítulo judicial que afetou as relações com a Líbia. A sua libertação, após o pagamento de fiança, é vista como um teste à independência da justiça libanesa sob o novo governo.