Briefing: Crise no Médio Oriente

O cessar-fogo em Gaza, embora em vigor, permanece frágil, dependendo da contínua mediação internacional e da superação de profundas divergências sobre a devolução dos corpos dos reféns, o desarmamento do Hamas e a futura governação do enclave.

A situação humanitária em Gaza é crítica, com a ajuda a chegar em volumes muito inferiores ao necessário.

A fome e a desnutrição persistem, e a comunidade internacional, incluindo a ONU e o TIJ, pressiona Israel para cumprir as suas obrigações como potência ocupante e facilitar o acesso humanitário.

A escalada de ataques israelitas no Líbano, visando o Hezbollah, aumenta o risco de um conflito mais amplo e testa a eficácia do cessar-fogo de 2024. A morte de um comandante do Hezbollah e os incidentes com a FINUL sublinham a volatilidade da situação na fronteira.

A votação preliminar para anexar a Cisjordânia, embora longe de ser final, representa uma vitória simbólica para a extrema-direita israelita e criou uma séria crise diplomática com o seu principal aliado, os EUA.

A administração Trump deixou claro que não apoiará a anexação, considerando-a contraproducente para a paz.

A Turquia posiciona-se para desempenhar um papel na segurança pós-conflito em Gaza, mas a sua participação numa força internacional dependerá de complexas negociações diplomáticas, incluindo a superação da provável resistência de Israel.

A intensa atividade diplomática dos EUA em Israel sublinha o seu papel central na gestão da crise, mas também expõe as profundas divergências com o governo de Netanyahu, especialmente no que diz respeito à anexação da Cisjordânia, que ameaça minar os esforços de paz mais amplos na região.

A retirada do PKK da Turquia é um desenvolvimento crucial no longo e sangrento conflito curdo, sinalizando uma transição da luta armada para a política. O sucesso do processo de paz dependerá agora da vontade do governo turco em avançar com reformas legais e políticas para responder às exigências curdas.