Briefing: Crise no Médio Oriente

O cessar-fogo em Gaza é minado pela violência contínua e por uma crise humanitária severa.

As negociações de paz, baseadas no plano de Trump, revelam um impasse fundamental sobre o desarmamento do Hamas, com Israel a exigir a sua erradicação e o grupo a defender o seu direito de estar armado, tornando incerto o caminho para uma solução duradoura.

Israel continua a sua campanha militar contra o Hezbollah no Líbano, citando a necessidade de impedir o rearmamento do grupo.

A situação na fronteira permanece volátil, com incidentes envolvendo a ONU e tensões diplomáticas entre o Líbano e o Irão, refletindo a complexa dinâmica de poder regional.

A morte de três americanos na Síria, perpetrada por um membro radicalizado das forças de segurança locais, destaca os riscos contínuos da presença militar dos EUA na região. O incidente desencadeou uma resposta conjunta das forças da coligação e sírias, visando conter a ameaça extremista e reforçar a segurança.

Um ano após a queda de Assad, a Síria vive uma liberdade recém-descoberta, mas a transição é frágil.

A estabilidade é ameaçada por tensões internas, uma economia em ruínas e a contínua intervenção militar israelita, apesar do apoio diplomático internacional para a reconstrução do país.

A eliminação de comandantes seniores do Hamas por parte de Israel representa um golpe significativo na liderança militar do grupo. Estes ataques, realizados durante um período de cessar-fogo, sublinham a determinação de Israel em desmantelar a estrutura do Hamas, mesmo que isso aumente as tensões e o número de vítimas no enclave.

A UNRWA recebeu um forte apoio diplomático de nações árabes e muçulmanas, que a consideram vital para a estabilidade regional.

Este apoio contrasta com as ações hostis de Israel, como a invasão da sua sede, que intensificam as tensões e sublinham o debate sobre o futuro do papel da agência no conflito.

A liderança israelita reconhece a necessidade de investigar as falhas que levaram aos ataques de 7 de outubro. Enquanto o exército avança com as suas próprias investigações, a proposta de Netanyahu para uma comissão nacional reflete a pressão pública por responsabilização, embora persistam debates sobre a independência e o alcance de tal inquérito.

Mahmud Abbas intensifica os seus esforços diplomáticos na Europa, defendendo que o reconhecimento do Estado da Palestina é essencial para a estabilidade regional.

Enquanto obtém o apoio de governos como o de Espanha, enfrenta condições prévias de outros, como Itália, o que evidencia os desafios para alcançar um consenso europeu sobre a questão.

A legalização de mais colonatos na Cisjordânia pelo governo israelita intensifica as tensões e é condenada pelos palestinianos como uma anexação de facto do território. Esta política, contrária ao direito internacional, mina ainda mais as perspetivas de uma solução pacífica e de dois Estados para o conflito.

A tomada de controlo de províncias estratégicas por separatistas do sul no Iémen representa uma nova frente de instabilidade no país.

Esta ação unilateral, condenada pelo governo central, aprofunda as divisões internas e ameaça minar os esforços para resolver a prolongada guerra civil contra os rebeldes Huthis.