Briefing: Crise no Médio Oriente

A tempestade "Byron" intensificou a catástrofe humanitária em Gaza, com inundações a ameaçar quase 800 mil deslocados.

A falta de infraestruturas, o acesso restrito à ajuda e a precariedade contínua aumentam o risco de doenças e mortes, evidenciando a necessidade urgente de acesso humanitário sem restrições e de esforços de reconstrução.

A FINUL acusou Israel de alvejar as suas tropas na fronteira libanesa, classificando o ato como uma violação grave e aumentando a tensão na região.

Apesar do cessar-fogo, Israel continua os ataques contra o Hezbollah, enquanto o Líbano enfrenta pressão internacional para desarmar o grupo xiita, tornando a situação na Linha Azul extremamente volátil.

As negociações de paz para Gaza revelam posições complexas: o Hamas propõe um "congelamento" de armas e uma força internacional em troca de uma trégua de 10 anos, enquanto Israel foca na "desradicalização" do território a longo prazo. O avanço para as próximas fases do plano de paz, mediado por EUA, Qatar e Egito, depende da superação destas divergências fundamentais sobre segurança e governação futura.

Apesar do cessar-fogo, a violência em Gaza continua, resultando em mais de 360 mortes de palestinianos desde 10 de outubro, principalmente junto à "linha amarela" controlada por Israel.

Estes incidentes, que Israel justifica como resposta a ameaças, evidenciam a fragilidade da trégua e o perigo constante enfrentado pela população civil deslocada.

Um ano após a queda de Bashar al-Assad, a Síria vive uma transição complexa.

Embora haja maior liberdade e progressos diplomáticos como o levantamento de sanções internacionais, o país continua a enfrentar uma profunda crise económica, violência sectária e instabilidade na segurança, tornando o caminho para a paz e reconstrução longo e incerto.

As Nações Unidas emitiram acusações contundentes contra Israel em 2025, classificando as suas ações em Gaza como genocídio e alertando para uma fome "provocada pelo Homem".

Embora Israel tenha rejeitado as alegações, estas declarações aumentaram a pressão diplomática e levaram a um maior reconhecimento internacional do Estado da Palestina.

A violência na Cisjordânia intensificou-se em 2025, com um aumento recorde de ataques por parte de colonos e do exército israelita, resultando em mais de mil mortes de palestinianos em dois anos. A comunidade internacional expressou preocupação com a situação, que agrava a crise humanitária e mina as perspetivas de paz na região.

O exército israelita revelou uma vasta rede de túneis do Hamas em Rafah, apresentando-a como um centro nevrálgico do grupo e justificação para a sua ofensiva na cidade. Esta descoberta destaca a complexidade da guerra subterrânea em Gaza e o seu papel central na estratégia e narrativa de ambos os lados do conflito.

A diplomacia internacional em torno do conflito israelo-palestiniano revela uma divisão de abordagens: enquanto a Espanha adota uma retórica forte contra as ações de Israel, a Alemanha equilibra o apoio a Telavive com apelos à reforma palestiniana. A alegada passagem de um navio com material militar para Israel por águas europeias adiciona uma camada de controvérsia à resposta internacional.

A recusa do Líbano em visitar o Irão, citando interferência, destaca a complexa dinâmica regional onde o Hezbollah, apoiado por Teerão, é um ator central no conflito com Israel. Esta tensão, juntamente com as demonstrações de força militar do Irão, sublinha o papel de Teerão como uma força desestabilizadora e um participante-chave no conflito mais amplo do Médio Oriente.