Briefing: Os números da semana

Na última semana, o cabaz alimentar essencial aumentou 0,20% para 242,24 euros, com os cereais integrais (+15%) e o azeite (+8%) a liderarem as subidas.

Esta variação reflete a contínua pressão inflacionária sobre os produtos alimentares, que encareceram quase 30% desde o início de 2022.

Na próxima semana, o preço do gasóleo deverá subir 2 cêntimos por litro e o da gasolina descer 2 cêntimos.

Esta variação ocorre num cenário de elevada carga fiscal em Portugal e com o Governo a prometer uma remoção gradual do desconto no ISP para mitigar o impacto no consumidor.

Uma decisão judicial transitada em julgado a 23 de outubro pode obrigar a TAP a pagar até 300 milhões de euros em indemnizações a cerca de 2.500 tripulantes devido a uma cláusula salarial discriminatória. Este passivo surge em pleno processo de privatização, podendo impactar o valor das ofertas pela companhia.

Num despacho da última semana, o Governo aprovou a transferência de 500 milhões de euros para 42 entidades do SNS liquidarem dívidas a fornecedores com mais de 90 dias.

A medida visa aliviar a pressão financeira sobre os hospitais, num contexto em que se debate o subfinanciamento crónico do setor da saúde.

A Coindu anunciou o despedimento de 258 trabalhadores, o segundo este ano, devido à quebra de encomendas no setor automóvel.

A medida levanta preocupações sobre deslocalização, uma vez que a empresa recebeu 3,9 milhões de euros do PRR e já tinha encerrado outra fábrica e recorrido a ‘lay-off’.

Na última semana, o PRR pagou 106 milhões de euros e aprovou quase 9.000 projetos, elevando a execução total para 42% da dotação. No entanto, o Tribunal de Contas alerta para atrasos significativos, com a execução das subvenções em Portugal (56%) a estar abaixo da média europeia (62%).

O Governo vai vender 16 imóveis públicos, esperando uma receita de 1,2 mil milhões de euros para financiar a habitação.

A medida, formalizada na última semana, inclui edifícios de ministérios, mas o Conselho das Finanças Públicas já alertou que esta receita extraordinária mascara a sustentabilidade do excedente orçamental previsto para 2026.

Um estudo divulgado na última semana revela que a digitalização contribuiu para um aumento de 13% do PIB, 19% do emprego e 13% dos salários em Portugal.

O setor digital sustenta 3 milhões de empregos e gera 30 mil milhões em receita fiscal, mas a sua plena integração é travada por desafios de gestão.

Num relatório divulgado na última semana, o CFP contesta as previsões do OE2026, apontando para um défice de 0,6% do PIB, em contraste com o excedente de 0,1% do Governo. A divergência de 2,3 mil milhões de euros deve-se a uma aparente subestimação da despesa e à dependência de receitas extraordinárias.

O Conselho das Finanças Públicas estima que o fim do desconto no ISP e a atualização da taxa de carbono poderiam gerar uma receita extra de 1.132 milhões de euros em 2026.

O Governo, pressionado por Bruxelas, promete uma remoção gradual da medida para não aumentar o preço final dos combustíveis.