Briefing: Os números da semana

O crescimento do PIB português no terceiro trimestre, impulsionado pelo consumo privado e por uma melhoria nas exportações, superou as previsões e posicionou o país favoravelmente na Zona Euro.

O Governo manifestou confiança reforçada no cumprimento da meta anual de 2%, apesar da desaceleração do investimento e da incerteza internacional.

A inflação em Portugal desacelerou para 2,3% em outubro, influenciada pela queda nos preços da energia e pelo abrandamento nos alimentos não processados. Apesar da ligeira subida da inflação subjacente, o valor global do IPC servirá de referência para um aumento de 2,3% nas portagens em 2026.

O BCE optou pela estabilidade, mantendo as taxas de juro em 2,0% pela terceira vez, numa decisão unânime.

Christine Lagarde declarou que a política monetária está “num bom lugar” para enfrentar choques, refletindo confiança na trajetória da inflação e na resiliência económica da Zona Euro, com os mercados a anteciparem um longo período sem alterações.

A Fed cortou as taxas de juro em 0,25 pontos para o intervalo de 3,75%-4,00%, o segundo corte do ano, citando riscos para o emprego.

A decisão não foi unânime, e o presidente Jerome Powell indicou que uma nova redução em dezembro é incerta, refletindo a divisão de opiniões dentro do comité e a complexa conjuntura económica.

A poupança das famílias portuguesas atingiu um máximo de 22 anos, com a taxa a chegar aos 12,6% no segundo trimestre de 2025. Apesar de a maioria conseguir poupar, o montante é frequentemente baixo devido a rendimentos limitados e despesas elevadas, com uma clara preferência por produtos de capital garantido.

Um acordo entre Portugal, Espanha e a Comissão Europeia estabelece um plano faseado para a ligação ferroviária Lisboa-Madrid.

O objetivo é reduzir o tempo de viagem para cinco horas até 2030 e para três horas, com alta velocidade, até 2034, através de um conjunto de obras de infraestrutura coordenadas, incluindo a crucial Terceira Travessia sobre o Tejo.

O BCP apresentou um crescimento de 8,7% nos lucros até setembro, atingindo 775,9 milhões de euros, com a operação internacional, especialmente na Polónia, a ser decisiva para compensar a pressão sobre a margem financeira em Portugal.

O CEO Miguel Maya destacou a resiliência do banco num ambiente complexo e criticou a carga fiscal sobre o setor.

A Jerónimo Martins apresentou um sólido crescimento de 10% nos lucros e 7,1% nas vendas nos primeiros nove meses de 2025, atingindo 484 milhões e 26,53 mil milhões de euros, respetivamente.

O desempenho foi impulsionado pela eficiência operacional e pela liderança de preços em todos os mercados, com a Polónia a manter-se como o principal motor do grupo.

A Amazon registou um terceiro trimestre forte, com receitas de 180 mil milhões de dólares e um lucro de 21,2 mil milhões, impulsionados pela IA e pela AWS. Em contrapartida, a empresa anunciou o despedimento de 14 mil trabalhadores, uma medida que o CEO justifica com a necessidade de simplificar a estrutura e aumentar a agilidade, e não com a automação por IA.

Na próxima semana, os condutores enfrentarão uma subida nos preços dos combustíveis, com o gasóleo a aumentar até 4,5 cêntimos e a gasolina até 2 cêntimos.

Este aumento surge enquanto o Governo assegura que a futura eliminação do desconto no ISP será gradual para proteger os consumidores de um impacto abrupto nos preços finais.

A Apple encerrou o ano fiscal com uma receita trimestral recorde de 102,5 mil milhões de dólares e um lucro de 27,5 mil milhões, um aumento de 86%.

O crescimento foi sustentado pelo bom desempenho dos Serviços e das vendas de Mac, que compensaram vendas do iPhone ligeiramente abaixo das expectativas e uma desaceleração na China.

O Novo Banco manteve os seus lucros estáveis em 610,5 milhões de euros até setembro, apesar da queda de 6,5% na margem financeira.

O aumento das comissões e a melhoria do perfil de risco ajudaram a equilibrar as contas, enquanto a instituição finaliza o processo de venda ao grupo francês BPCE.

O Governo avançará com a privatização de até 49,9% da TAP, garantindo a manutenção da marca, dos empregos e do hub de Lisboa. O processo, que atraiu o interesse dos maiores grupos de aviação europeus, será alvo de um acompanhamento rigoroso para assegurar a transparência e o reforço estratégico da companhia aérea.

O ecossistema de capital de risco em Portugal mostrou um forte dinamismo em 2024, com o investimento em startups em fase inicial a crescer 26% para 2,08 mil milhões de euros. O montante total sob gestão no setor aumentou para 10,3 mil milhões de euros, refletindo a confiança crescente dos investidores na inovação e no potencial de crescimento das empresas portuguesas.