Briefing: Os números da semana

O Governo formalizou o aumento do salário mínimo para 920 euros em 2026, cumprindo o acordo com os parceiros sociais que estabelece uma trajetória de subidas anuais de 50 euros até 2028. A medida contrasta com as ambições de longo prazo, ainda sem data, de atingir os 1.600 euros, e ocorre enquanto se negoceiam as alterações à legislação laboral.

A assinatura de uma carta de intenção entre o Governo e a Embraer para uma fábrica em Beja representa um passo estratégico para a indústria de defesa nacional e para a economia do Alentejo. A iniciativa coincide com a modernização da Força Aérea, que recebeu as primeiras cinco de doze aeronaves Super Tucano, e visa posicionar Portugal como um polo de produção aeronáutica na Europa.

O Parlamento Europeu aprovou um mecanismo de salvaguarda mais robusto para o setor agrícola no âmbito do acordo com o Mercosul, reduzindo para 8% o limiar que pode desencadear medidas de proteção.

A decisão procura obter o apoio político necessário para a ratificação do tratado, mas enfrenta a forte oposição dos agricultores, que se manifestaram em massa em Bruxelas.

A Comissão Europeia identificou Portugal como o país da UE com a maior sobrevalorização dos preços da habitação, estimados em 25% acima do valor real.

Enquanto os incentivos governamentais impulsionaram um aumento de 59% na compra de casa por jovens, agravando a pressão sobre a oferta, a UE responde à crise com um plano de investimento massivo para aumentar a construção de habitação acessível.

Os dados económicos de 2024 revelam um Portugal a várias velocidades, com o Alentejo a registar o crescimento mais lento do país (1,1%).

A quebra em setores-chave como a indústria e os serviços penalizou a região, que não acompanhou a convergência com a média europeia no poder de compra, ao contrário da maioria das outras regiões e da Grande Lisboa, que se mantém como o principal motor económico nacional.

A Transtejo está sob investigação por suspeitas de irregularidades num concurso de 57 milhões de euros para a compra de navios elétricos, financiado com 17 milhões de euros de fundos europeus. As buscas da PJ, coordenadas pela Procuradoria Europeia, visam apurar crimes de fraude, corrupção e prevaricação relacionados com a aquisição de baterias para a nova frota.

A Greenvolt concretizou a venda de um grande projeto eólico na Roménia à ENGIE por 472,3 milhões de euros, alinhado com a sua estratégia de rotação de ativos. A operação impulsiona a transição energética na Roménia e demonstra a capacidade da empresa portuguesa de desenvolver e transacionar projetos de grande escala no mercado europeu de energias renováveis.

A Comissão Europeia reviu a sua estratégia para o setor automóvel, substituindo a proibição total de motores a combustão em 2035 por uma meta de redução de 90% das emissões. A medida, vista como uma vitória para a indústria, permite a continuidade de tecnologias híbridas e a combustão com combustíveis sustentáveis, embora enfrente críticas de marcas focadas exclusivamente em veículos elétricos.

Um estudo da Intrum revela que 21% dos portugueses entraram em incumprimento em 2025 por atrasos no pagamento de salários, quase o dobro do ano anterior. Apesar da principal causa de incumprimento continuar a ser a falta de dinheiro (40%), os dados mostram uma crescente dificuldade das famílias em cumprir os seus compromissos financeiros, com um forte impacto na perceção de segurança económica e na saúde mental.

O Estado português tem 77 milhões de euros em Certificados de Aforro por devolver aos seus legítimos donos devido a dados desatualizados.

Para combater o risco de prescrição, o Governo vai integrar automaticamente estes títulos na habilitação de herdeiros e avançar com a desmaterialização das séries mais antigas, num esforço para localizar os aforradores e garantir o pagamento.

Três das maiores marcas portuguesas, Continente, Galp e NOS, lançaram um programa de fidelização conjunto chamado COMBINA.

A iniciativa oferece descontos progressivos em supermercado e combustíveis, podendo a poupança anual ultrapassar os 600 euros, com o objetivo de alcançar 500 mil utilizadores no primeiro ano.

As medidas de apoio do Governo levaram a um disparo de 59% na compra de casa por jovens até aos 35 anos entre 2023 e 2025.

Embora os incentivos tenham facilitado o acesso ao crédito, o aumento da procura está a agravar a pressão sobre os preços num mercado imobiliário já considerado o mais sobrevalorizado da UE.