Briefing: Encerramentos de urgências esta semana

A falta crónica de médicos na VMER de Portalegre levou a centenas de horas de inoperacionalidade e a mortes que poderiam ter sido evitadas, evidenciando uma crise nos serviços de emergência do Alto Alentejo que as autoridades tentam mitigar com soluções temporárias e reuniões de urgência.

A morte trágica de um bebé em Idanha-a-Nova, com versões contraditórias sobre a prestação de cuidados, está sob investigação criminal e administrativa, tornando-se um símbolo da crise no SNS e gerando apelos políticos para uma intervenção urgente.

A avaria informática no Hospital de Loures demonstrou o impacto severo que a falha de infraestruturas tecnológicas pode ter na prestação de cuidados de saúde, resultando em perturbações generalizadas nos serviços e no encaminhamento de doentes para outras unidades.

O nascimento de uma bebé numa ambulância a caminho de Coimbra, devido ao fecho da urgência de obstetrícia em Aveiro, ilustra de forma dramática o impacto dos constrangimentos no SNS na segurança de grávidas e recém-nascidos, apesar das autoridades de saúde minimizarem a correlação direta.

A falta de médicos para completar as escalas obrigou o Hospital de Beja a restringir o acesso à sua urgência geral durante 24 horas, um problema recorrente na região do Alentejo que evidencia as dificuldades estruturais do SNS no interior do país.

O Hospital Garcia de Orta reabriu a sua urgência de obstetrícia em regime de 24 horas, graças à contratação de sete novos especialistas, maioritariamente provenientes do setor privado, numa medida do Governo para resolver a crise de cuidados nesta especialidade na Península de Setúbal.

A escassez de especialistas obriga a encerramentos e condicionamentos generalizados nas urgências de Ginecologia e Obstetrícia aos fins de semana, afetando hospitais de norte a sul do país e sobrecarregando a rede do SNS.

Vários hospitais da Grande Lisboa, incluindo Amadora-Sintra, Loures e Vila Franca de Xira, viram-se forçados a limitar o acesso às suas urgências pediátricas, funcionando apenas para casos referenciados.

A medida evidencia a pressão sobre os recursos humanos também nesta especialidade.

O diretor-executivo do SNS, Álvaro Almeida, manifestou-se a favor da manutenção da abertura das urgências, mesmo sem o número mínimo de médicos estipulado pela Ordem, levantando um debate sobre a flexibilização dos rácios para evitar o encerramento de serviços essenciais.

Pela primeira vez em três anos, a urgência de obstetrícia do Hospital de Leiria não encerrou em agosto, graças ao recurso a horas extraordinárias. A medida permitiu um aumento significativo no número de partos, mas sublinha a dependência do SNS em trabalho suplementar para manter serviços essenciais.

O Centro de Saúde e Serviço de Atendimento Urgente da Ribeira Brava encerrará durante uma manhã para trabalhos de manutenção na rede elétrica. O encerramento foi programado e comunicado previamente, com alternativas de atendimento asseguradas nos concelhos vizinhos.