Briefing: Encerramentos de urgências esta semana

A proposta de encerramento de serviços de maternidade e pediatria no Médio Tejo gerou uma expressiva mobilização cívica, liderada pela comissão de utentes, que recolheu milhares de assinaturas contra uma medida que consideram prejudicial para a coesão territorial e o acesso à saúde.

Como resposta à crise nas urgências, o Governo avançou com a criação de um modelo de urgências regionais, que concentra serviços num único hospital por região. A Península de Setúbal será a primeira a testar a medida na área da obstetrícia, centralizando a resposta no Hospital Garcia de Orta.

A proposta de urgências regionais gerou uma onda de contestação de sindicatos e partidos da oposição, que acusam o Governo de impor uma “mobilidade forçada” aos médicos, aumentar os riscos para os utentes e apresentar uma solução que não resolve os problemas estruturais do SNS.

O fecho de urgências de obstetrícia levou a um aumento significativo de partos em ambulâncias, um fenómeno que evidencia o risco acrescido para grávidas e bebés. A Península de Setúbal é a zona mais crítica, com os bombeiros a serem cada vez mais chamados a assistir partos em condições pré-hospitalares.

Profissionais das VMER e da EMIR da Madeira alertaram o Governo para os riscos de alterar o modelo de emergência médica, defendendo que o atual sistema, com equipas médico-enfermeiro, salva mais vidas.

A mudança, motivada pela nova liderança do INEM, é vista como um retrocesso perigoso.

A substituição do presidente do INEM, Sérgio Janeiro, por uma escolha da Ministra da Saúde, gerou forte contestação.

Sindicatos criticam a provável nomeação de Luís Cabral, apontando o seu modelo nos Açores como mais caro e menos eficaz, e temem um retrocesso na modernização do instituto.

As Ordens dos Médicos e dos Enfermeiros apresentaram uma posição unificada ao Governo, defendendo o reforço do atual Sistema Integrado de Emergência Médica. A proposta conjunta apela ao investimento no modelo existente e rejeita a importação de sistemas estrangeiros, alertando para os riscos na segurança dos doentes.

O SNS enfrenta uma despesa diária superior a 727 mil euros com médicos tarefeiros para manter os serviços a funcionar, totalizando 174 milhões de euros em oito meses.

O Governo planeia regulamentar esta prática para controlar os custos e as assimetrias no sistema de saúde.

Os sindicatos de enfermeiros contestam os novos diplomas para as urgências, exigindo igualdade e clareza nos suplementos de deslocação. Ameaçam com greves a partir de novembro se o Governo não acolher as suas propostas, alertando para a paralisação de um setor já fragilizado.

A greve dos médicos, com uma adesão estimada em 80%, paralisou a atividade programada no SNS.

A FNAM acusou o Governo de intransigência e de impor um modelo de urgências regionais que, segundo o sindicato, força a mobilidade dos profissionais e degrada os cuidados de saúde.