Briefing: Greves esta semana

A greve nacional dos enfermeiros, com forte adesão, paralisou múltiplos serviços de saúde como forma de protesto contra a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho do Governo.

Os profissionais, representados pelo SEP, rejeitam o aumento da carga horária e a alteração da remuneração, considerando a proposta um retrocesso nos seus direitos e uma ameaça à qualidade do SNS.

A FNAM marcou uma greve nacional para 24 de outubro devido à recusa do Ministério da Saúde em negociar a carreira médica e as condições de trabalho. Os médicos protestam contra a reorganização das urgências e a falta de propostas para valorização salarial, defendendo que as medidas do Governo põem em risco o SNS e a segurança dos utentes.

Face à falta de resposta do Governo a reivindicações sobre financiamento, transporte de doentes e estatuto profissional, a Liga dos Bombeiros Portugueses admite avançar para formas de luta mais drásticas, como bloqueios e paragens. A decisão final está dependente da evolução das negociações até ao congresso de novembro, num clima de forte contestação no setor.

A greve na Misericórdia de Serpa expõe uma grave crise financeira na instituição, com trabalhadores a exigirem o pagamento de vários subsídios em atraso. Embora a gestão reconheça a dívida e a inclua parcialmente num plano de revitalização, a falta de liquidez e a dependência de verbas externas impedem a apresentação de um calendário concreto, mantendo a incerteza e o descontentamento entre os funcionários.

A greve dos guardas prisionais resultou em incidentes de violência no Estabelecimento Prisional de Lisboa, com reclusos a revoltarem-se, provocando incêndios e agressões.

Os acontecimentos destacam a vulnerabilidade do sistema prisional durante períodos de conflito laboral e o impacto direto da paralisação na segurança interna.

A PSP realizou uma manifestação em Lisboa para exigir melhores salários, a revisão de suplementos e alterações nas regras de pré-aposentação, acusando o Governo de discriminação e falta de investimento. Os sindicatos prometem intensificar os protestos nas próximas semanas, demonstrando um claro descontentamento com a ausência de negociações e de medidas no Orçamento do Estado.