Briefing: Guerra da Ucrânia vs Rússia

Apesar de uma intensa semana de mediação liderada pelos EUA, as negociações de paz para a Ucrânia permanecem num impasse. A Rússia mantém-se inflexível nas suas exigências territoriais, enquanto a Ucrânia recusa ceder soberania sem garantias de segurança robustas, tornando um acordo de paz abrangente ainda distante.

A visita de Volodymyr Zelensky a Londres e Bruxelas foi um movimento estratégico para consolidar o apoio europeu e garantir que a voz da Ucrânia e da UE seja ouvida nas negociações de paz.

A digressão sublinhou a necessidade de uma frente ocidental coesa perante as pressões diplomáticas e militares.

A exclusão da UE das negociações de paz e uma nova estratégia de segurança dos EUA, crítica em relação à Europa, revelaram profundas fissuras na aliança transatlântica.

Embora líderes como Macron e Costa tenham expressado forte descontentamento, a posição oficial da UE tenta equilibrar a defesa da soberania europeia com a manutenção da aliança estratégica com Washington.

A proposta da Comissão Europeia para usar ativos russos congelados para financiar a Ucrânia está num impasse.

A forte oposição da Bélgica, devido a riscos financeiros e legais, e a recusa do BCE em fornecer garantias por violar os tratados da UE, colocam em dúvida a viabilidade de uma das principais estratégias de apoio financeiro a longo prazo para Kiev.

Vladimir Putin intensificou a sua retórica hostil, afirmando que a Rússia está pronta para uma guerra com a Europa e acusando os líderes europeus de obstruírem a paz.

Embora a NATO tenha desvalorizado as ameaças, as declarações marcam uma perigosa escalada de tensão, minando o ambiente das negociações diplomáticas em curso.

Numa decisão estratégica de grande alcance, a UE formalizou o fim das importações de gás russo até 2027, consolidando o seu afastamento energético de Moscovo.

A medida, celebrada em Bruxelas como um marco de independência, foi recebida com desdém pelo Kremlin, que prevê consequências económicas negativas para o bloco europeu.

A Rússia demonstrou uma renovada dinâmica ofensiva em novembro, reivindicando a captura de cidades-chave como Pokrovsk e alcançando o seu maior avanço territorial de 2025. Esta pressão militar, combinada com ataques contínuos à infraestrutura energética, visa enfraquecer a posição da Ucrânia tanto no campo de batalha como na mesa de negociações.

A Alemanha está a tomar medidas sem precedentes para se preparar para um potencial conflito com a Rússia, incluindo a criação de um plano de guerra detalhado ('OPLAN DEU') e a implementação de sistemas de defesa avançados. Esta mudança reflete uma crescente preocupação em toda a Europa sobre a ameaça russa e uma viragem para uma postura de defesa mais robusta.

A Rússia cancelou formalmente acordos de cooperação em defesa com Portugal, Canadá e França, um movimento diplomático que assinala o fim de uma era de cooperação pós-Guerra Fria.

A decisão reflete a crescente hostilidade do Kremlin em relação aos países da NATO e aprofunda o fosso entre a Rússia e o Ocidente.

A comunidade internacional, liderada pelo Conselho da Europa e pela ONU, condenou veementemente a prática russa de deportar e "russificar" crianças ucranianas.

Estas ações foram classificadas como crimes de guerra, e foi exigido o regresso imediato e incondicional dos menores, aumentando a pressão legal e moral sobre o Kremlin.