Briefing: Guerra da Ucrânia vs Rússia

Apesar de um diálogo prolongado, a cimeira em Moscovo não conseguiu superar o impasse sobre as questões territoriais, com a Rússia a manter-se firme nas suas exigências.

A iniciativa diplomática dos EUA prossegue, mas sem um avanço claro, enquanto a Europa observa com apreensão.

As ameaças de Vladimir Putin à Europa funcionam como uma ferramenta de pressão diplomática para dividir a aliança ocidental e reforçar a negociação bilateral com os EUA, enquanto a NATO procura manter uma postura calma e focada no apoio à Ucrânia.

A UE formalizou a sua estratégia para cortar o financiamento da máquina de guerra russa através da proibição das importações de gás, um movimento histórico que redefine a segurança energética do continente, apesar das advertências de Moscovo sobre as consequências económicas.

O plano ambicioso da UE para financiar a Ucrânia com ativos russos congelados está num impasse devido a preocupações legais e financeiras intransponíveis levantadas pela Bélgica e pelo BCE, forçando Bruxelas a procurar alternativas urgentes para garantir o apoio a Kiev.

A Europa está a mobilizar-se diplomaticamente para evitar ser um espectador nas negociações de paz sobre a Ucrânia, com França a liderar o esforço para garantir que a UE e Kiev tenham um lugar decisivo na mesa, contrariando a abordagem inicial dos EUA focada no diálogo direto com Moscovo.

Enquanto decorrem conversações de paz, a Rússia intensifica a sua pressão militar no terreno, reivindicando conquistas territoriais estratégicas como Pokrovsk.

A Ucrânia nega a perda total da cidade, mas os avanços russos em novembro marcam um momento crítico no campo de batalha.

Ambos os lados estão a escalar os ataques de longo alcance.

A Rússia foca-se na rede energética ucraniana para pressionar a população civil durante o inverno, enquanto a Ucrânia responde visando a infraestrutura petrolífera russa, uma fonte vital de receitas para Moscovo.

A Alemanha está a abandonar a sua postura defensiva do pós-Guerra Fria, investindo em tecnologia de defesa avançada e planeamento militar robusto para se preparar ativamente para um cenário de confronto direto com a Rússia, refletindo a crescente perceção de ameaça na Europa.

A demissão do influente Andriy Yermak, em meio a um escândalo de corrupção, abala o governo de Kiev e pode complicar a posição da Ucrânia nas delicadas negociações de paz em curso, fragilizando a liderança de Zelensky num momento crítico.

Os ataques ucranianos à frota petrolífera russa no Mar Negro representam uma nova e arriscada tática na guerra económica, aumentando as tensões com atores regionais como a Turquia e provocando ameaças de retaliação por parte de Moscovo.