Briefing: Governo e oposição

A negociação direta entre PSD e Chega sobre a Lei dos Estrangeiros solidifica uma aliança parlamentar à direita, indispensável para a governação, mas que intensifica a polarização política e suscita fortes críticas dos restantes partidos da oposição.

O novo pacote de habitação do Governo, embora apresentado como uma solução de choque, gerou um intenso debate político, com a oposição a criticar duramente o conceito de "renda moderada" por considerá-lo irrealista para a maioria dos portugueses.

O primeiro-ministro defende-se no caso Spinumviva, negando responsabilidade por atrasos e apontando a coincidência dos pedidos judiciais com campanhas eleitorais, enquanto a oposição apela ao normal funcionamento das instituições judiciais.

A escalada de tensão no parlamento, com queixas de assédio e ameaças entre deputados do Chega, PS e PSD, evidencia uma profunda degradação do debate político e levou a uma intervenção firme do Presidente da Assembleia da República para restaurar a ordem.

O PCP assume uma posição de oposição frontal ao Orçamento do Estado para 2026, rejeitando qualquer viabilização e acusando o Governo de seguir políticas que prejudicam os trabalhadores e os serviços públicos, antecipando um cenário de aprovação garantida por outros partidos.

A proposta de aumentos salariais do Governo para a Função Pública foi recebida com descontentamento pelos sindicatos, culminando na ameaça de uma greve geral pela Frente Comum, o que sinaliza um período de elevada tensão social e negocial.

As declarações do Presidente da República sobre o desgaste da ministra da Saúde aumentaram a pressão política sobre o Governo, com a oposição a responsabilizar diretamente o primeiro-ministro pela crise no setor e a questionar a continuidade da governante.

António José Seguro lançou a sua candidatura presidencial com um posicionamento de independência e moderação, prometendo um estilo de presidência focado na arbitragem e na discrição, em contraste com o atual mandato, o que agita o panorama político do centro-esquerda.

A reforma governamental que extingue a FCT enfrenta uma onda de críticas do setor científico e da oposição, que temem pela autonomia da investigação e acusam o executivo de falta de diálogo, transformando a ciência num novo campo de batalha política.

A campanha para as eleições autárquicas começou oficialmente, com os líderes dos principais partidos a desdobrarem-se em ações por todo o país, numas eleições que servirão de teste à força do Governo, à recuperação do PS e à implantação local dos restantes partidos.