Briefing: Notícias da Rússia

O adiamento da cimeira Trump-Putin evidencia o impasse nas negociações de paz, com os EUA a proporem um cessar-fogo nas linhas atuais e a Rússia a exigir a abordagem das "causas profundas" do conflito, incluindo concessões territoriais.

Apesar de declarações otimistas de um enviado russo, a divergência fundamental entre as partes mantém uma solução diplomática distante.

O teste do míssil Burevestnik pela Rússia representa uma significativa demonstração de força e avanço tecnológico no seu arsenal nuclear, justificado por Moscovo como uma resposta ao militarismo ocidental. A ação foi condenada pelos EUA, que a consideraram inapropriada, e é vista como um fator de escalada nas tensões geopolíticas e um sinal preocupante de uma nova corrida ao armamento.

Os EUA e a UE intensificaram a pressão económica sobre a Rússia com novas sanções abrangentes, visando as suas maiores petrolíferas e o setor de GNL.

Enquanto o Ocidente e a Ucrânia veem as medidas como cruciais para minar o esforço de guerra do Kremlin, a Rússia minimiza o seu impacto e a Hungria procura contorná-las, revelando fissuras na frente unida contra Moscovo.

A proposta de usar ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia está bloqueada devido à oposição da Bélgica, que teme os riscos legais e financeiros. A decisão foi adiada, apesar da forte pressão da Ucrânia, enquanto a Rússia ameaça com retaliações futuras, deixando o plano de financiamento de 140 mil milhões de euros em suspenso.

A Ucrânia está a levar a guerra para o território russo através de uma campanha estratégica de ataques com drones contra infraestruturas críticas, incluindo barragens e, principalmente, refinarias de petróleo. Esta tática visa perturbar a economia de guerra da Rússia e responder aos ataques de Moscovo, demonstrando uma capacidade ofensiva de longo alcance cada vez mais sofisticada.

A denúncia formal do acordo de plutónio por parte da Rússia desmantela mais um pilar da cooperação nuclear pós-Guerra Fria com os EUA. A decisão, que se segue à suspensão unilateral de 2016, aprofunda a desconfiança e o desmoronamento dos tratados de controlo de armamento, num período de crescente retórica nuclear por parte de Moscovo.

A Lituânia enfrenta uma dupla ameaça na sua fronteira, com "balões de contrabando" da Bielorrússia a serem vistos como agressão híbrida e uma violação do espaço aéreo por caças russos.

As ações levaram ao encerramento de fronteiras e aeroportos, escalando a tensão e reforçando os apelos para um maior fortalecimento da defesa da NATO no Báltico.

O partido alemão AfD enfrenta graves acusações de servir os interesses da Rússia, sendo apelidado de "partido de Putin". Políticos alemães alegam que o partido de extrema-direita usa o seu poder parlamentar para recolher informações sensíveis sobre infraestruturas críticas, o que a AfD nega veementemente, classificando as acusações como uma manobra política.

A Rússia intensificou a sua campanha de ataques aéreos contra a Ucrânia, focando-se em infraestruturas energéticas e áreas residenciais.

Os bombardeamentos noturnos com drones e mísseis causaram múltiplas vítimas civis e extensos cortes de energia, numa estratégia clara para pressionar a população e o sistema ucraniano antes da chegada do inverno.

A Polónia ameaçou fazer cumprir o mandado de detenção do TPI contra Vladimir Putin caso o seu avião entre no seu espaço aéreo, contrastando com a posição da Bulgária, que se mostrou disposta a autorizar a passagem.

A situação expõe as divisões na Europa sobre como lidar com o presidente russo e a aplicação do direito internacional.

No âmbito do Acordo de Defesa da Trinity House, o Reino Unido e a Alemanha iniciaram patrulhas aéreas conjuntas no Atlântico Norte para monitorizar submarinos russos, utilizando aeronaves P-8A Poseidon.

Esta cooperação, que também abrange a cibersegurança, visa fortalecer a segurança da NATO e a defesa coletiva europeia.

Numa rara instância de cooperação, a Rússia repatriou os corpos de mil alegados soldados ucranianos, com a mediação da Cruz Vermelha. Estas trocas de restos mortais e de prisioneiros de guerra são, atualmente, o único resultado concreto das negociações entre Kiev e Moscovo, mais de três anos após o início da invasão.

A proposta de um cessar-fogo nas linhas atuais, defendida por Trump, obteve o apoio da Ucrânia e dos seus principais aliados europeus como ponto de partida para negociações.

Contudo, a iniciativa enfrenta a forte oposição da Rússia, que a considera inaceitável e insiste na discussão das suas exigências territoriais e de segurança, mantendo o conflito num impasse.

A Rússia realizou exercícios abrangentes das suas forças nucleares estratégicas, supervisionados por Vladimir Putin, testando mísseis balísticos intercontinentais a partir de terra, mar e ar.

As manobras, descritas como de rotina, são interpretadas como uma demonstração de força num momento de elevada tensão com a NATO e de impasses diplomáticos sobre a guerra na Ucrânia.