Briefing: Notícias da Rússia

Apesar da retoma do diálogo em Istambul, as posições irredutíveis de Moscovo e Kiev, aliadas ao ceticismo expresso pelo Kremlin, indicam que as negociações dificilmente produzirão um cessar-fogo. Os avanços deverão limitar-se a questões humanitárias, como trocas de prisioneiros, enquanto a pressão externa dos EUA adiciona um elemento de incerteza ao processo.

A Rússia está a escalar a guerra de desgaste através de uma produção massiva e de baixo custo de drones, mobilizando a sua juventude e economia. Esta estratégia representa um desafio estratégico e logístico significativo para a Ucrânia e os seus aliados, que enfrentam uma crescente pressão sobre os seus sistemas de defesa aérea.

A Rússia adota uma postura nuclear mais assertiva, culpando o Ocidente pela escalada de tensões e fechando as portas ao diálogo multilateral entre as potências nucleares. Esta posição, justificada pela perceção de ameaças crescentes, agrava a instabilidade global e aumenta os riscos de um confronto direto.

A Rússia intensificou os seus ataques aéreos contra a Ucrânia, visando infraestruturas e centros urbanos, o que resultou em vítimas civis. Esta escalada militar, coincidindo com a véspera de negociações de paz, demonstra a estratégia de Moscovo de manter a pressão militar enquanto explora a via diplomática.

A Rússia respondeu diretamente às novas sanções da UE com a expansão da sua própria lista de restrições, visando personalidades ocidentais. Esta troca de medidas reflete a contínua guerra económica entre Moscovo e o Ocidente, com a Rússia a prometer retaliações firmes contra futuras ações hostis.

A aliança diplomática entre Irão, Rússia e China solidifica-se como uma frente comum contra a pressão ocidental no âmbito do acordo nuclear. Esta coordenação estratégica visa neutralizar a ameaça de novas sanções e reforçar a posição negocial de Teerão, num contexto de crescentes tensões geopolíticas.

Em resposta ao ultimato de Trump, o Reino Unido lidera uma proposta para uma campanha intensiva de 50 dias de rearmamento da Ucrânia. A iniciativa visa fortalecer a posição negocial de Kiev e forçar a Rússia a procurar uma solução diplomática, combinando pressão militar acelerada com o prazo político estabelecido pelos EUA.

A Rússia implementou uma nova política portuária que exige autorização do FSB para a entrada de navios estrangeiros, transferindo o controlo do Ministério dos Transportes para os serviços de segurança. Esta medida reforça o controlo estatal sobre as fronteiras marítimas e pode impactar as operações comerciais e diplomáticas nos portos russos.

A Rússia aproveitou a controversa reforma anticorrupção na Ucrânia para lançar farpas irónicas sobre um dos pontos fracos de Kiev. Embora Moscovo se demarque oficialmente, a situação alimenta a sua narrativa sobre a instabilidade interna ucraniana, enquanto a medida gera tensões entre a Ucrânia e os seus parceiros europeus.