Briefing: Notícias da Rússia

A proposta de cimeira entre Trump e Putin em Budapeste gerou um intenso debate diplomático.

Enquanto alguns veem uma oportunidade para o diálogo, outros expressam preocupação com o local escolhido e as verdadeiras intenções das partes, num cenário marcado por complexidades logísticas e legais.

A proposta de Trump para um cessar-fogo na linha da frente foi aceite como ponto de partida para negociações pela Ucrânia e aliados europeus, mas com a condição de não alterar fronteiras pela força. A Rússia rejeita a ideia, insistindo que os seus objetivos de guerra devem ser alcançados, o que demonstra a dificuldade de se encontrar um terreno comum para a paz.

A ameaça da Polónia de deter Vladimir Putin, em cumprimento do mandado do TPI, caso este entre no seu espaço aéreo, evidencia uma profunda divisão na UE. Enquanto países como a Bulgária se mostram flexíveis em nome da paz, e a Hungria oferece garantias de segurança, a Polónia mantém uma postura legalista, transformando a viagem de Putin a Budapeste num complexo xadrez diplomático e logístico.

A Rússia está a levar a cabo uma campanha sistemática de bombardeamentos contra o setor energético ucraniano, utilizando drones e míssees para causar apagões em várias regiões.

Esta tática, que visa debilitar a Ucrânia com a aproximação do inverno, levou Kiev a apelar por mais ajuda internacional para conter os ataques e garantir a segurança energética do país.

A UE deu um passo histórico para cortar a sua dependência energética da Rússia, ao aprovar um plano para proibir totalmente as importações de gás russo até 2028.

A medida, que visa enfraquecer a capacidade de Moscovo de financiar a guerra, obrigará países como Portugal a diversificar as suas fontes de abastecimento energético nos próximos anos.

O debate sobre o envio de mísseis Tomahawk para a Ucrânia expôs as linhas vermelhas de Moscovo e a hesitação de Washington em escalar o conflito. Apesar da pressão de Kiev, a Rússia classificou a medida como inaceitável, e a administração Trump recuou, priorizando a via diplomática e evitando, por agora, o fornecimento de armamento de longo alcance.

Numa demonstração de resiliência defensiva, as forças ucranianas frustraram uma ofensiva russa significativa em Zaporizhzhia, infligindo pesadas perdas em veículos blindados.

O incidente sublinha a natureza desgastante e tecnologicamente avançada dos combates na linha da frente, com o uso intensivo de drones e artilharia por ambas as partes.

Face à crescente ameaça russa, a UE lançou um plano estratégico para reforçar a sua defesa até 2030.

A criação de um “muro de drones” na fronteira oriental é a medida mais emblemática de um esforço que visa aumentar a prontidão militar, o investimento conjunto e a mobilidade das forças europeias, assinalando uma mudança de paradigma na política de segurança do bloco.

As alegações de um ex-agente da KGB sobre um plano britânico para assassinar Putin em Budapeste, embora sem provas, intensificaram a atmosfera de desconfiança e propaganda em torno da cimeira com Trump.

Este episódio sublinha as tensões e a guerra de informação que acompanham os esforços diplomáticos para resolver o conflito na Ucrânia.

A proposta russa de construir um túnel ferroviário para ligar a Rússia e os EUA, apelidado de “Túnel Putin-Trump”, é um movimento diplomático ousado que visa simbolizar uma nova era de cooperação. Embora a sua viabilidade seja incerta, a iniciativa serve para sublinhar a intenção do Kremlin de reabrir canais de diálogo e parceria com Washington.

A justiça polaca bloqueou a extradição de um suspeito ucraniano no caso da sabotagem do Nord Stream, alegando falta de provas e contextualizando o ato no âmbito da defesa da Ucrânia.

A decisão complica a investigação alemã e expõe as divergências políticas e legais entre os aliados europeus sobre como abordar o incidente.

A Rússia e a Bielorrússia formalizaram o aprofundamento da sua aliança militar com um novo programa de parceria até 2030. A medida visa fortalecer as suas capacidades de defesa conjuntas em resposta à crescente presença da NATO no flanco oriental e à “guerra híbrida” que acusam o Ocidente de levar a cabo, consolidando a União Estatal como um bloco militar coeso.