Briefing: Crise humanitária em Gaza

A declaração oficial de fome em Gaza pela ONU, a primeira no Médio Oriente, confirma a gravidade da crise humanitária, com previsões de alastramento.

As principais agências da ONU uniram-se num apelo urgente por um cessar-fogo imediato para permitir a entrada de ajuda e evitar mais mortes.

Israel negou oficialmente a existência de fome em Gaza, acusando a ONU de se basear em "mentiras do Hamas" e de ignorar os seus esforços para fornecer ajuda.

Esta posição aprofunda o fosso entre o governo israelita e a comunidade internacional sobre a gravidade da crise humanitária.

O governo israelita aprovou um plano para uma ofensiva militar em grande escala na Cidade de Gaza, mobilizando 60.000 reservistas e ordenando a evacuação de pessoal humanitário.

Esta escalada militar avança apesar das negociações de cessar-fogo e das preocupações com a segurança dos reféns e da população civil.

A ameaça explícita do ministro da Defesa israelita de destruir a Cidade de Gaza, caso o Hamas não se renda às suas condições, revela a postura inflexível de Israel. Esta retórica agrava a crise, ligando o destino de uma cidade inteira à aceitação de exigências que o Hamas tem consistentemente rejeitado.

O Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo de 60 dias, colocando Israel numa posição decisiva.

No entanto, o governo de Netanyahu permanece hesitante, dividido entre a pressão internacional e das famílias dos reféns para aceitar o acordo e a oposição da sua coligação de extrema-direita, que ameaça a estabilidade do seu governo.

Os ataques israelitas contínuos em Gaza resultam num número crescente de vítimas civis, com bombardeamentos a atingir escolas e campos de refugiados. O número total de mortos ultrapassa os 62.000, e uma investigação indica que mais de 83% das vítimas eram civis, evidenciando o impacto desproporcional do conflito na população.

A crise humanitária em Gaza transcende a fome, com uma severa falta de água e um aumento de 6 vezes na subnutrição infantil na Cidade de Gaza. Organizações humanitárias acusam Israel de usar deliberadamente a privação de recursos vitais como arma, resultando num colapso da saúde pública e em mortes evitáveis.

Enquanto palestinianos em Gaza protestam para resistir a um novo deslocamento forçado, o governo israelita promove um controverso plano de "migração voluntária" para países africanos.

Esta iniciativa é amplamente condenada como uma tentativa de expulsão em massa, aprofundando a crise e a instabilidade regional.

A ONU, liderada pelo seu Secretário-Geral e pelas suas principais agências humanitárias, juntamente com líderes mundiais, intensificou os apelos por um cessar-fogo imediato em Gaza.

A mensagem unânime é que o fim das hostilidades é a única forma de evitar mais mortes, aliviar a fome e permitir uma resposta humanitária eficaz.

O Hamas executou um ataque coordenado e em larga escala a partir de um túnel em Khan Younis, demonstrando a sua resiliência e capacidade de infligir baixas. Embora as versões de ambos os lados sobre o resultado do confronto divirjam, o incidente destaca a contínua ameaça militar do Hamas no sul de Gaza.