Briefing: Conflitos, guerras e tensões

A intenção dos EUA de retomar os testes nucleares, em resposta às atividades russas e chinesas, marca uma perigosa escalada nas tensões globais. A decisão gerou condenação internacional, desde o Secretário-Geral da ONU a sobreviventes de ataques atómicos, e levanta sérios receios de uma nova corrida ao armamento, pondo em causa décadas de esforços de não-proliferação.

O cancelamento da cimeira EUA-Rússia e a preparação de uma nova mobilização russa sinalizam um endurecimento do conflito na Ucrânia.

Enquanto a via diplomática se fecha, a guerra intensifica-se com ataques a infraestruturas críticas e acusações de crimes de guerra, indicando que não há uma solução pacífica no horizonte imediato.

A troca de corpos entre Israel e o Hamas evidencia a natureza sombria da trégua em Gaza, que é minada por acusações mútuas e violência esporádica.

As graves denúncias de abusos em prisões israelitas e a crise humanitária persistente demonstram que, apesar do cessar-fogo, as feridas do conflito estão longe de sarar e a paz duradoura permanece uma miragem.

A ameaça de uma intervenção militar dos EUA na Venezuela, sob o pretexto da luta contra o narcotráfico, eleva drasticamente a tensão na região.

Enquanto a administração Trump justifica a ação como necessária para desmantelar um cartel liderado por Maduro, críticos denunciam a ilegalidade das operações e apontam para motivações económicas, nomeadamente o controlo do petróleo venezuelano, num cenário de crescente instabilidade geopolítica.

A cimeira entre Xi Jinping e Donald Trump trouxe uma pausa na guerra comercial, mas as tensões estruturais entre China e EUA permanecem.

A questão de Taiwan continua a ser um barril de pólvora, enquanto a competição por influência económica e recursos estratégicos, como os minerais críticos, define a nova fase desta rivalidade geopolítica.

A megaoperação policial no Rio de Janeiro, embora apresentada como um golpe no crime organizado, resultou num número alarmante de mortes e em graves acusações de violações de direitos humanos. O episódio expõe a brutalidade da guerra ao narcotráfico no Brasil e o profundo fosso entre a perspetiva das autoridades e a realidade vivida pelos moradores das favelas, colocando em xeque as estratégias de segurança pública.

A Tanzânia enfrenta uma crise profunda, com centenas de mortos em protestos que contestam a legitimidade das eleições.

A repressão violenta denunciada pela oposição e por organizações internacionais coloca o país numa situação de grande instabilidade, com apelos urgentes para o fim da violência e a realização de um processo eleitoral livre e justo.

A escalada da violência em Al-Fashir agrava a já devastadora crise humanitária no Sudão, com a comunidade internacional a condenar as atrocidades e a apelar à proteção dos civis.

A contínua violência contra trabalhadores humanitários e a falta de acesso à ajuda exacerbam o sofrimento de milhões de pessoas, tornando urgente uma solução política para o conflito.

A drástica redução do teto de refugiados para 7.500 e a priorização de sul-africanos brancos pela administração Trump marcam uma viragem significativa na política de asilo dos EUA. A medida é vista por críticos como uma politização de um programa humanitário e um abandono do papel histórico do país como refúgio para os mais vulneráveis.

A alegada tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, denunciada pelas Forças Armadas, eleva a tensão política a poucos dias do arranque da campanha eleitoral. A detenção de oficiais superiores, incluindo um general da elite militar, sublinha a fragilidade das instituições democráticas e o risco permanente de subversão da ordem constitucional no país.