Briefing: Conflitos, guerras e tensões

A decisão diplomática de várias nações ocidentais de reconhecer a Palestina aprofundou o fosso com Israel e os EUA, que a encaram como uma legitimação do terrorismo.

Enquanto os proponentes a veem como um passo essencial para a paz e a solução de dois Estados, a medida intensifica as tensões numa região já marcada por um conflito devastador.

A Rússia intensificou as suas provocações contra a NATO através de repetidas violações do espaço aéreo, testando as defesas e a unidade da Aliança.

A resposta ocidental tornou-se mais assertiva, com ameaças diretas de abate de aeronaves, aumentando o risco de um confronto direto.

A condenação de Jair Bolsonaro no Brasil desencadeou uma crise diplomática com os EUA, com a administração Trump a retaliar com sanções contra o sistema judicial brasileiro.

O Brasil considera estas ações uma interferência indevida e um ataque à sua soberania, elevando a tensão entre as duas maiores nações do hemisfério.

A Assembleia Geral da ONU serviu de palco para a crescente polarização global. O Secretário-Geral defendeu a cooperação como essencial para a sobrevivência humana, enquanto o Presidente dos EUA promoveu uma visão nacionalista, criticando a ineficácia da organização e defendendo a ação unilateral.

A guerra civil no Sudão, marcada pela violência contra civis e pela impunidade, gerou uma grave crise humanitária, agora exacerbada por um surto de cólera que já matou milhares.

A destruição de infraestruturas e as restrições de acesso dificultam a resposta médica, tornando a situação cada vez mais catastrófica.

A Moldávia tornou-se um ponto de inflamação no confronto entre a Rússia e o Ocidente, com ambas as partes a acusarem-se de interferência e planos hostis antes de eleições cruciais. As alegações de compra de votos e planos de ocupação militar refletem a intensa luta pela influência geopolítica na região.

O impasse sobre o programa nuclear do Irão aproxima-se de um ponto crítico, com a ameaça de sanções internacionais a pairar e pressões internas para que o país desenvolva armas nucleares. A falta de transparência e de cooperação com a AIEA agrava a desconfiança e aumenta o risco de uma escalada na região.

Apesar de tentativas de diálogo, a desconfiança mútua entre os EUA e a China persiste, com Taiwan a ser o principal ponto de discórdia. A falta de uma comunicação eficaz aumenta o risco de um confronto acidental, enquanto as duas potências competem por influência na ordem global.

Numa altura de elevada tensão, a Rússia sinalizou a intenção de prolongar o último tratado de controlo de armas nucleares com os EUA, mas de forma condicional.

O futuro do New START permanece incerto, representando um dos maiores riscos para a segurança global, dado que a sua expiração poderia desencadear uma nova corrida ao armamento.

A mobilização militar dos EUA no Caribe intensificou as tensões com a Venezuela, com o governo de Maduro a denunciar uma ameaça à sua soberania e a oposição a apoiar a presença norte-americana.

A situação evidencia a fragilidade geopolítica da região e a polarização interna do país.