Briefing: Conflitos, guerras e tensões

A incursão de drones russos na Polónia foi vista como um teste deliberado à NATO, resultando numa resposta unificada que incluiu a invocação do Artigo 4.º, o reforço militar no flanco oriental e uma condenação diplomática generalizada, elevando o risco de um confronto direto.

A condenação de Jair Bolsonaro a uma longa pena de prisão por tentativa de golpe de Estado representa um marco para a democracia brasileira, mas também desencadeou uma crise diplomática com os Estados Unidos, que ameaçaram com retaliações, intensificando a polarização interna e externa.

O assassinato de Charlie Kirk, com claras motivações políticas, aprofundou a fratura na sociedade norte-americana.

A resposta imediata de Donald Trump, culpando a oposição e exigindo a pena capital, instrumentalizou a tragédia, aumentando os receios de uma espiral de violência num clima pré-eleitoral já volátil.

O ataque israelita em Doha e a subsequente condenação internacional, juntamente com a esmagadora votação na ONU a favor de um Estado palestiniano, aprofundaram o isolamento diplomático de Israel e colocaram em risco os esforços de mediação para um cessar-fogo em Gaza.

A crise política em França, marcada pela instabilidade governativa e pela ascensão da extrema-direita, é agravada por uma grave crise das finanças públicas.

A contestação social às medidas de austeridade e a fragilidade do novo governo de Sébastien Lecornu colocam em risco não só a governabilidade do país, mas também a estabilidade económica da zona euro.

A crise no Nepal, despoletada pela tentativa de censura digital, evoluiu para uma revolta popular contra a corrupção que derrubou o governo.

A dissolução do parlamento e a nomeação de uma primeira-ministra interina procuram estabilizar o país, mas a profunda fratura social e política permanece como um grande desafio até às eleições de 2026.

O impasse nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, a crescente impaciência da administração Trump e a proposta de sanções a países terceiros que compram energia russa marcam uma nova fase de tensão.

A diplomacia parece bloqueada, enquanto a pressão económica e a retórica militar se intensificam.

A retoma do diálogo comercial de alto nível entre os EUA e a China em Madrid sinaliza uma tentativa de estabilizar uma relação volátil. No entanto, temas como TikTok, o apoio da China à Rússia e a questão de Taiwan continuam a ser focos de tensão, demonstrando a complexidade da rivalidade entre as duas maiores economias mundiais.

A relação entre os EUA e a Venezuela permanece num equilíbrio precário entre gestos diplomáticos pontuais, como o regresso de crianças, e uma retórica militarista.

A mobilização militar de Maduro reflete a profunda desconfiança e a prontidão para um confronto, mantendo a região como um foco de instabilidade.

A UE avança para o corte definitivo com a energia russa, uma decisão geopolítica estratégica impulsionada pela guerra na Ucrânia e pela aliança com os EUA.

Contudo, a implementação desta política enfrenta obstáculos internos, com países como a Eslováquia a utilizarem o seu poder de veto para defender interesses nacionais, expondo as tensões dentro do bloco.