Briefing: Tarifas e guerra comercial

As tarifas da administração Trump criaram uma instabilidade generalizada, com impactos setoriais significativos em Portugal, nomeadamente no têxtil e metalurgia.

Embora um estudo nacional tenha sublinhado vulnerabilidades específicas, a Comissão Europeia considerou a exposição global de Portugal como relativamente baixa.

A situação estimulou a procura por diversificação comercial e reforçou a necessidade de resiliência nas cadeias de abastecimento globais.

A decisão da UE de duplicar as tarifas sobre o aço para proteger a sua indústria siderúrgica gerou forte preocupação em Portugal. Associações como a AEMinho e a AIMMAP alertaram para os riscos de perda de competitividade e propuseram planos de mitigação, evidenciando o conflito entre a proteção de um setor a montante e o aumento de custos para as indústrias transformadoras a jusante.

Em resposta a um aumento significativo das importações que prejudicou a indústria local, a UE impôs quotas tarifárias sobre ferroligas.

A medida, justificada como essencial para proteger um setor estratégico para a produção de aço, visa garantir a resiliência da indústria europeia, embora preveja mecanismos para minimizar o impacto na cadeia de valor integrada.

Os EUA reduziram as tarifas de importação para a Coreia do Sul (automóveis) e Japão (produtos diversos) para 15%, aliviando as tensões comerciais. Em resposta, gigantes como a Hyundai e a Toyota anunciaram investimentos multimilionários para reforçar a produção local e as exportações, demonstrando a forte ligação entre as políticas tarifárias e as estratégias de investimento das multinacionais.

Numa negociação que reflete a política comercial da administração norte-americana, os EUA concordaram em reduzir as tarifas sobre produtos suíços para 15%.

O acordo foi alcançado em troca de um compromisso de investimento de 200 mil milhões de dólares por parte de empresas suíças nos Estados Unidos, demonstrando uma abordagem transacional nas relações comerciais.