Briefing: Tarifas e guerra comercial

O acordo comercial entre os EUA e o Reino Unido estabelece uma troca de concessões: o Reino Unido pagará mais por medicamentos inovadores, aliviando a pressão sobre o mercado norte-americano, e, em troca, as suas exportações farmacêuticas para os EUA, um setor vital para a economia britânica, ficam isentas de tarifas por um período de três anos, resolvendo um importante foco de tensão comercial.

As tarifas sobre VEs fabricados na China colocam as construtoras europeias numa encruzilhada estratégica.

Enquanto a BMW absorve custos acrescidos que pressionam as suas margens, a Volkswagen evita exportar para a Europa e negoceia uma potencial isenção, evidenciando como as políticas comerciais estão a moldar o futuro da indústria automóvel e a forçar uma reavaliação dos modelos de produção globais.

A proposta da UE para taxar pequenas encomendas de fora do bloco representa um desafio significativo para o modelo de negócio de plataformas como a Temu, que dependem da isenção de tarifas. Enquanto a indústria europeia apoia a medida para equilibrar a concorrência, estas empresas de comércio eletrónico já se movimentam para fortalecer as suas operações logísticas dentro da Europa, antecipando um cenário regulatório mais exigente.

O ambiente comercial protecionista dos EUA, marcado por tarifas e barreiras, constitui um desafio significativo para as exportadoras portuguesas.

A incerteza gerada por estas políticas limita o investimento e a expansão internacional, levando associações empresariais a defender a diversificação de mercados e a solicitar apoios públicos para reforçar a competitividade da economia nacional.

Perante as tarifas norte-americanas sobre automóveis, a indústria responde com uma dupla abordagem: a Nissan opta por uma solução operacional, aumentando a produção local para evitar as taxas, enquanto a BMW procura uma solução política, pressionando a UE para finalizar acordos comerciais.

Ambas as estratégias refletem a necessidade de adaptação a um cenário de comércio global cada vez mais protecionista.