Briefing: Tarifas e guerra comercial

O acordo entre os EUA e a UE estabeleceu uma tarifa de 15%, evitando uma guerra comercial mais ampla.

A UE fez concessões significativas, incluindo compras de energia, para garantir a estabilidade económica, embora o acordo tenha sido considerado assimétrico e não tenha resolvido todas as disputas setoriais, como a do aço.

A União Europeia implementou medidas protecionistas para a sua indústria siderúrgica, reduzindo as quotas de importação isentas de tarifas em 47% e aumentando a taxa sobre os excedentes para 50%.

Esta ação visa proteger o setor da concorrência global e dos efeitos das tarifas norte-americanas.

A UE impôs tarifas sobre veículos elétricos fabricados na China para proteger a sua indústria, afetando marcas chinesas e europeias como a BMW.

A medida foi criticada por figuras como Carlos Tavares, que previu perdas de mercado significativas, enquanto Bruxelas já considera exceções para construtores como a Volkswagen.

O governo dos EUA autorizou a Nvidia, bem como a Intel e a AMD, a vender chips de IA avançados (H200) à China, aplicando uma comissão de 25% sobre as vendas. Esta medida é vista como uma flexibilização estratégica na guerra tecnológica, visando benefícios económicos para os EUA enquanto potencialmente acelera o desenvolvimento da IA na China.

A indústria automóvel global reagiu às tarifas dos EUA com estratégias de adaptação. A Nissan focou-se na localização da sua cadeia de fornecimento para contornar os custos, enquanto a BMW exerceu pressão política sobre a UE para que esta implementasse rapidamente os acordos de redução de tarifas com os EUA.

As tarifas dos EUA sobre o aço e o alumínio da UE permanecem um ponto de conflito, sendo usadas por Washington como alavanca nas negociações sobre a regulação digital.

Em resposta, a UE mantém as suas próprias barreiras de importação para proteger a sua indústria siderúrgica, evidenciando a persistência da tensão comercial no setor.

A disputa comercial entre EUA e China continuou com tarifas médias elevadas (47,5% e 32%, respetivamente), apesar dos acordos para as reduzir.

Esta situação levou a uma reorientação das exportações chinesas para outros mercados e foi acompanhada por uma intensa troca de acusações políticas entre as duas potências.

Mais de um quarto das empresas portuguesas está a ser diretamente afetado pela guerra comercial global, enfrentando custos de produção mais elevados e margens de lucro reduzidas.

A incerteza tarifária tornou-se uma preocupação central, levando as associações empresariais a pedir mais apoios públicos para os exportadores.

As tensões comerciais globais criaram um ambiente de alta incerteza, descrito como o mais perigoso em décadas.

Contudo, o impacto foi desigual: enquanto a instabilidade levou a políticas monetárias divergentes entre os bancos centrais, setores como a aviação mostraram uma resiliência surpreendente, superando as previsões iniciais.

A política tarifária da administração Trump foi justificada através de uma forte retórica nacionalista, que a apresentava como essencial para fortalecer a economia e o emprego nos EUA.

Esta abordagem foi fortemente contestada a nível internacional, com a China a acusar os Estados Unidos de praticarem "bullying económico".