Briefing: Tarifas e guerra comercial

A administração dos EUA estendeu o alívio tarifário para peças de automóveis até 2030 para apoiar os fabricantes nacionais, ao mesmo tempo que introduziu novas tarifas de 25% sobre camiões e 10% sobre autocarros para incentivar a produção interna.

As medidas, que isentam os parceiros do USMCA, surgem num contexto de preços recorde no setor automóvel, procurando equilibrar a proteção industrial com a competitividade.

As tarifas dos EUA tiveram um impacto financeiro severo nos fabricantes automóveis alemães.

O Grupo Volkswagen, a Audi e a Mercedes-Benz registaram quedas significativas nos lucros, com custos adicionais de centenas e até milhares de milhões de euros atribuídos diretamente às barreiras comerciais, que afetam a rentabilidade e forçam ajustes estratégicos.

A trégua comercial entre EUA e China resultou em medidas concretas de desescalada, incluindo a redução de tarifas americanas e a suspensão de restrições chinesas à exportação de terras raras.

O acordo impulsionou os mercados financeiros, mas os analistas permanecem cautelosos quanto à sustentabilidade a longo prazo da relação comercial entre as duas potências.

A UE implementou uma forte medida protecionista ao aumentar as tarifas sobre o aço para 50% e cortar as quotas de importação, visando proteger a siderurgia europeia da concorrência chinesa.

A indústria metalúrgica portuguesa, através da AIMMAP, criticou a decisão, alertando para o impacto negativo na sua competitividade, exportações e investimento.

Apesar de um acordo tarifário entre a UE e os EUA, um inquérito do BCE mostra que as empresas europeias mantêm uma perspetiva negativa.

A incerteza contínua, a redução das exportações e o aumento da concorrência de importações desviadas são as principais razões para o pessimismo, afetando a atividade económica e os preços ao produtor.

A indústria portuguesa, através da CIP, alertou a Comissão Europeia para as dificuldades acrescidas causadas pelas tarifas dos EUA, que se somam aos elevados custos de energia e à concorrência desleal.

Os empresários pediram uma solução europeia coordenada para proteger a competitividade dos setores exportadores nacionais.

As tarifas dos EUA estão a forçar multinacionais a repensar as suas operações globais.

Empresas como Mattel, McCormick e Schneider Electric estão a implementar mudanças estratégicas, desde a internalização da logística e a diversificação de fornecedores até ao aumento do investimento nos EUA, para se adaptarem a um ambiente comercial mais protecionista e mitigarem os custos acrescidos.