Briefing: Tarifas e guerra comercial

O acordo de 15% entre a UE e os EUA estabiliza as relações comerciais ao evitar tarifas mais gravosas, mas impõe custos significativos às empresas europeias e pressiona setores-chave.

A sua implementação e as negociações contínuas sobre isenções serão cruciais para a economia transatlântica.

As tarifas norte-americanas estão a gerar custos bilionários para multinacionais como Ford, GM e Apple, forçando-as a rever previsões financeiras e a considerar aumentos de preços ao consumidor, o que evidencia a pressão direta da política comercial sobre a rentabilidade das grandes empresas.

A redução tarifária dos EUA para Angola de 32% para 15% representa uma vitória diplomática e uma oportunidade para diversificar as exportações angolanas, embora o seu impacto real dependa da capacidade do país em competir em setores para além do petróleo.

A administração Trump está a usar a ameaça de tarifas e outras represálias para forçar a indústria farmacêutica a baixar os preços dos medicamentos nos EUA, alinhando-os com os praticados noutros países desenvolvidos, numa medida com fortes implicações económicas e políticas.

A nova tarifa de 15% dos EUA ameaça a competitividade do vinho português, com previsões de quebras significativas nas exportações para um mercado estratégico.

O setor debate-se agora entre absorver os custos, aumentar preços ou esperar por uma eventual isenção nas negociações em curso.

A prorrogação da trégua tarifária entre EUA e China oferece um alívio temporário aos mercados globais, mas as divergências de fundo persistem. A China parece confiante na sua capacidade de mitigar os impactos, enquanto a administração Trump procura uma vitória política através de um acordo direto entre os presidentes.

O acordo entre EUA e Coreia do Sul para uma tarifa de 15% representa uma desescalada face às ameaças iniciais, proporcionando estabilidade para as exportações sul-coreanas em troca de significativos compromissos de investimento e compra de energia, reforçando a aliança económica bilateral.

A imposição de tarifas de 50% ao Brasil por parte dos EUA representa uma forte pressão política, mas as isenções estratégicas em setores como aviação e sumo de laranja mostram uma abordagem calculada para minimizar o impacto na própria economia americana, mantendo a tensão sobre o governo brasileiro.

O aumento das tarifas para 35% sobre o Canadá, justificado pelos EUA com a falta de cooperação na luta contra o narcotráfico, marca uma severa deterioração nas relações bilaterais, com fortes impactos económicos previstos para indústrias canadianas chave.

A imposição de tarifas elevadas à Suíça (39%) e a Taiwan (20%) demonstra a abordagem dura da administração Trump, mesmo com parceiros comerciais importantes.

Ambos os governos mantêm a porta aberta à negociação, na esperança de reduzir as taxas antes da sua implementação final.