Briefing: Donald Trump

A visita de Trump ao Japão solidificou a aliança bilateral, resultando em compromissos significativos por parte do Japão no aumento das despesas de defesa e em investimentos nos EUA. Em troca, os Estados Unidos reforçaram a cooperação militar e estratégica, nomeadamente no fornecimento de armamento avançado e no acesso a recursos críticos como as terras-raras, assinalando um alinhamento robusto face aos desafios regionais.

O encontro entre Trump e Xi visou desescalar a guerra comercial, com acordos preliminares a serem alcançados em áreas como agricultura, terras-raras e a estrutura do TikTok.

Embora represente uma trégua potencial, a reunião sublinhou a fragilidade das relações sino-americanas e a complexidade das negociações entre as duas potências.

Donald Trump alimentou a especulação sobre um terceiro mandato presidencial, desafiando abertamente os limites constitucionais, embora tenha descartado a via da vice-presidência como uma manobra política.

As suas declarações mantêm a incerteza sobre o futuro do Partido Republicano e levantam preocupações sobre a erosão das normas democráticas nos Estados Unidos.

A paralisação do governo, motivada por um impasse político sobre o orçamento e benefícios de saúde, causou graves transtornos, especialmente no setor da aviação, devido à falta de controladores aéreos remunerados.

A crise expôs a profunda divisão política em Washington e o seu impacto direto nos serviços públicos e nos trabalhadores federais.

A política de imigração de Trump endureceu com operações de detenção em larga escala, novas tecnologias de vigilância fronteiriça e o envio de forças federais. Esta abordagem de “mão dura” provocou controvérsia e resistência, afetando desde migrantes indocumentados e trabalhadores especializados a críticos estrangeiros das políticas norte-americanas.

A diplomacia de Trump com a Rússia sobre a Ucrânia revelou-se infrutífera, levando ao cancelamento de uma cimeira e à aplicação de sanções económicas. A abordagem oscilante de Washington, combinada com a retórica nuclear e a intransigência de Moscovo, manteve o conflito num impasse e acelerou a deterioração dos acordos de controlo de armamento.

O plano de paz de Trump para Gaza resultou num cessar-fogo e na troca de reféns, mas a sua sustentabilidade depende da complexa negociação sobre o desarmamento do Hamas e da contenção de Israel. A diplomacia americana procurou equilibrar o apoio a Israel com a necessidade de estabilidade regional, ameaçando consequências para ambas as partes em caso de incumprimento.

A campanha antidrogas de Trump na América Latina, marcada por ações militares letais, escalou as tensões com a Venezuela e a Colômbia. A abordagem de força gerou acusações de violação do direito internacional e aprofundou a crise geopolítica na região, com a Venezuela a preparar-se para uma possível confrontação militar.

Uma campanha publicitária canadiana que utilizou a imagem de Ronald Reagan para criticar o protecionismo levou a uma resposta irada de Trump, que suspendeu as negociações comerciais e impôs novas tarifas.

O incidente exacerbou as tensões entre os dois países vizinhos, demonstrando a sensibilidade da administração Trump a críticas públicas e a sua disposição para tomar medidas comerciais punitivas.

A demolição da Ala Leste para construir um salão de baile com o nome de Trump, financiado por grandes empresas, tornou-se um símbolo da sua presidência. A obra avançou apesar das críticas de organizações de defesa do património e da ausência de aprovações formais, refletindo a abordagem disruptiva do presidente em relação às instituições e tradições de Washington.

A decisão de Trump de reverter a deportação dos trabalhadores da Hyundai evidencia o conflito entre a sua retórica de deportação em massa e as realidades económicas que exigem mão de obra qualificada. O episódio ilustra a necessidade de uma abordagem mais pragmática à imigração, mesmo dentro de uma administração com uma postura publicamente rígida sobre o tema.

O encontro entre Trump e Lula na Malásia marcou um passo importante para a desescalada da crise diplomática e comercial entre os EUA e o Brasil.

Com a promessa de iniciar negociações sobre as tarifas e a oferta de mediação de Lula no conflito com a Venezuela, a reunião sinalizou uma vontade mútua de restabelecer relações pragmáticas, apesar das divergências políticas.

Apesar do interesse público de Trump em retomar o diálogo com Kim Jong-un, a possibilidade de um encontro imediato foi descartada pela Casa Branca.

Os recentes testes de mísseis da Coreia do Norte e as condições impostas por Pyongyang para a desnuclearização mantêm as negociações num impasse, apesar da aparente boa vontade entre os dois líderes.