Briefing: Donald Trump

A reunião de alto nível na Casa Branca junta os EUA, a Ucrânia e os principais aliados europeus para negociar um plano de paz. O encontro decorre num contexto de forte pressão sobre Kiev para aceitar concessões e de uma mudança na abordagem diplomática de Trump após a sua cimeira com Putin.

A cimeira no Alasca entre Trump e Putin não resultou num cessar-fogo, mas abriu portas para novas negociações diplomáticas, transferindo a responsabilidade para a Ucrânia e alterando a estratégia dos EUA, que passou a focar-se num acordo de paz abrangente em vez de uma simples trégua.

Donald Trump alterou a sua política para a Ucrânia, defendendo agora um acordo de paz que implica a cedência da Crimeia e a renúncia à adesão à NATO por parte de Kiev, colocando assim o ónus da resolução do conflito no presidente ucraniano.

Numa importante viragem diplomática, os EUA ofereceram à Ucrânia garantias de segurança ao estilo do Artigo 5.º da NATO, com o aparente consentimento da Rússia, apresentando uma potencial via para a paz que contorna a controversa questão da adesão formal à Aliança Atlântica.

A administração Trump mobilizou a Guarda Nacional e tentou federalizar a polícia de Washington D.C.

para combater uma alegada crise de criminalidade. A medida foi contestada legalmente pelas autoridades da cidade e criticada como uma manobra autoritária, especialmente porque os dados oficiais contradiziam a premissa de uma emergência de segurança.

As relações sino-americanas sob Trump são marcadas por uma diplomacia de duas vias: a continuação das negociações comerciais com a extensão da trégua tarifária e, simultaneamente, declarações presidenciais de garantias de segurança para Taiwan, num contexto de tensões geopolíticas mais amplas que envolvem também o apoio da China à Rússia.

A administração Trump está a usar a política comercial, através da imposição de pesadas tarifas, como ferramenta de pressão diplomática sobre o Brasil, em defesa do seu aliado político Jair Bolsonaro. Esta ação gerou uma forte reação do governo de Lula da Silva, aprofundando a tensão entre as duas maiores economias do hemisfério.

Através da intervenção direta no Kennedy Center e no Smithsonian, a administração Trump procura exercer controlo político sobre o setor cultural dos EUA, promovendo uma visão alinhada com a sua ideologia e gerando receios de censura e de instrumentalização da arte como propaganda.

Para permitir o encontro diplomático de alto nível entre Trump e Putin, a administração norte-americana suspendeu pragmaticamente algumas sanções financeiras contra a Rússia, demonstrando uma flexibilidade na sua política de sanções para priorizar o diálogo direto com Moscovo.

A disputa legal entre Melania Trump e Hunter Biden, centrada na figura de Jeffrey Epstein, evidencia as profundas animosidades políticas e pessoais entre as famílias Trump e Biden, trazendo novamente para a esfera pública a controversa relação do presidente com o falecido financeiro.