Briefing: Donald Trump

A administração Trump está a procurar ativamente um acordo de paz para a Ucrânia através de negociações diretas com a Rússia.

Apesar do otimismo da Casa Branca, a Ucrânia e os seus aliados europeus continuam apreensivos quanto a possíveis concessões territoriais e ao risco de serem marginalizados num processo que irá redefinir a segurança europeia.

A administração Trump intensificou a sua confrontação com a Venezuela, combinando uma campanha militar letal contra o narcotráfico com ameaças de ataques terrestres.

Enquanto Caracas denuncia a manobra como um pretexto para controlar o seu petróleo, canais de comunicação secretos entre Trump e Maduro sugerem que a crise pode ter múltiplos desfechos, desde um conflito aberto a uma saída negociada.

A administração Trump utilizou um ataque em Washington como justificação para um endurecimento drástico da sua política migratória, suspendendo processos de asilo e revendo vistos de residência. Acompanhadas por uma retórica hostil, estas medidas visam restringir a imigração de países considerados de risco e aprofundam a abordagem de "tolerância zero" que tem marcado a presidência.

A agressiva campanha militar dos EUA contra o narcotráfico no Caribe enfrenta acusações de crimes de guerra, centradas num ataque que terá visado deliberadamente sobreviventes. Enquanto a administração defende a legalidade das suas operações, o Congresso iniciou investigações, colocando em causa os métodos e a cadeia de comando de uma das mais controversas políticas de segurança de Trump.

Com a popularidade em queda livre, mesmo entre eleitores independentes, e um crescente número de legisladores republicanos a manifestar publicamente o seu descontentamento, Donald Trump enfrenta uma crise de legitimidade interna.

Esta revolta, alimentada por um estilo de governação considerado arrogante, está a minar a sua autoridade e a gerar incerteza sobre o futuro do Partido Republicano.

A libertação de Juan Orlando Hernández por perdão de Trump expõe uma profunda contradição na política da administração para a América Latina. A decisão, vista como um ato de clemência política, mina a credibilidade da sua "guerra às drogas" e alimenta acusações de que as ações militares na região servem outros propósitos que não o combate ao narcotráfico.

A manutenção do pacto AUKUS pela administração Trump, após uma revisão, demonstra que a estratégia de contenção da China no Pacífico permanece uma prioridade para Washington.

A decisão tranquiliza os aliados australianos e britânicos e indica que a política "América Primeiro" pode acomodar alianças estratégicas consideradas vitais para os interesses de segurança nacional dos EUA.

A presidência de Trump no G20 começa com uma rutura diplomática com a África do Sul, refletindo a deterioração das relações bilaterais. As acusações de Trump sobre a política interna sul-africana e as ações punitivas de Washington demonstram um estilo de diplomacia que põe em causa as práticas e a estabilidade de fóruns multilaterais como o G20.

A demissão de juízes de imigração em Nova Iorque é mais um passo na ofensiva da administração Trump para controlar o sistema migratório. A medida é vista por críticos como um ataque à independência judicial, visando garantir que os tribunais de imigração reforcem, em vez de fiscalizarem, as políticas restritivas da Casa Branca.

A renomeação do Instituto da Paz dos Estados Unidos com o nome de Donald Trump é um exemplo paradigmático do seu estilo presidencial, que funde o exercício do poder com a promoção da sua marca pessoal. A medida é controversa não só pela sua ironia — dado que Trump tentou extinguir o instituto — mas também por representar, para os seus opositores, a subversão de uma instituição independente para servir a imagem do Presidente.