Briefing: Donald Trump

A intervenção de Donald Trump foi fundamental para alcançar um cessar-fogo em Gaza, demonstrando a sua abordagem diplomática não convencional.

Contudo, a ausência das partes beligerantes na cimeira de paz e as divergências sobre pontos cruciais como o desarmamento do Hamas indicam que os desafios para uma paz duradoura na região persistem.

A política de Trump para a Ucrânia combina a promessa de apoio militar avançado, simbolizada pelos mísseis Tomahawk, com a abertura ao diálogo diplomático com Zelensky.

Esta estratégia visa pressionar a Rússia a negociar, mas enfrenta o risco de uma grave deterioração das relações entre Washington e Moscovo e uma escalada imprevisível da guerra.

A ameaça de tarifas de 100% por parte de Trump e as retaliações da China marcam uma escalada significativa na guerra comercial. Embora existam sinais contraditórios de ambas as partes, o confronto por domínio em setores estratégicos como terras raras e construção naval continua a gerar instabilidade económica global.

O 'shutdown' do governo, motivado por um impasse sobre o Obamacare, paralisou serviços federais e deixou mais de um milhão de funcionários sem salário.

A administração Trump utiliza a crise como uma tática de pressão política, ameaçando com despedimentos em massa e o não pagamento de salários retroativos, aprofundando a instabilidade política e económica.

O destacamento da Guarda Nacional por ordem de Trump para cidades democratas criou uma grave crise constitucional, opondo o governo federal às autoridades estaduais e locais.

A disputa, travada nos tribunais, testa os limites do poder presidencial e levanta o espectro do uso de leis de emergência para impor a vontade da Casa Branca.

A administração Trump enfrenta acusações de politizar o Departamento de Justiça, com acusações criminais contra adversários políticos como Letitia James e James Comey a surgirem após pressão direta do Presidente.

Este desenvolvimento mina a confiança na independência judicial e alimenta o debate sobre abuso de poder.

A exigência de Trump de um investimento de 5% do PIB em defesa e a sua ameaça pública de expulsar a Espanha criaram uma tensão significativa na NATO. A disputa sublinha a sua visão de que os aliados não estão a contribuir de forma justa para a segurança coletiva, arriscando o isolamento de membros e a coesão da aliança.

O envio de forças militares dos EUA para as Caraíbas, sob o pretexto de uma operação antidrogas, intensificou drasticamente o confronto com a Venezuela. A ação, vista por Caracas como uma ameaça à sua soberania e por críticos internos como uma tentativa de mudança de regime, criou um ponto de alta tensão na região, com potencial para uma escalada militar.

A busca de Donald Trump pelo Prémio Nobel da Paz e a reação hostil da sua administração à escolha do comité revelam a sua profunda convicção no mérito dos seus feitos diplomáticos.

O episódio transformou a atribuição do prémio numa arena de confronto político, destacando as visões opostas sobre o que constitui um verdadeiro esforço pela paz.

O movimento "Sem Reis" representa uma oposição popular significativa e organizada à administração Trump.

Alimentado por uma série de queixas, desde a política de imigração à paralisação do governo, o movimento mobiliza milhões de americanos em defesa dos princípios democráticos e contra o que percebem como um exercício de poder autoritário por parte do presidente.