Briefing: Donald Trump

O plano de paz de Trump para Gaza representou uma iniciativa diplomática de alto risco, caracterizada pela pressão intensa sobre o Hamas e pela busca de um acordo histórico.

Contudo, as posições divergentes de Israel e as divisões internas do Hamas, juntamente com a complexidade logística e política da sua implementação, deixaram o seu sucesso em grande incerteza.

O envio de tropas para Portland e Chicago marcou uma escalada significativa no conflito entre a administração Trump e os estados democratas.

A medida testou os limites do poder presidencial, desencadeou desafios legais e aprofundou as acusações de que o presidente estava a politizar as forças armadas para reprimir a dissidência interna.

A paralisação do governo evidenciou a profunda divisão política em Washington e foi utilizada pela administração Trump como uma arma de pressão. Além de suspender serviços e afetar centenas de milhares de trabalhadores, a crise serviu de pretexto para ameaçar com despedimentos em massa e para retaliar financeiramente contra estados democratas, aprofundando o clima de confronto político.

Ao redefinir a luta contra o narcotráfico como um “conflito armado”, a administração Trump autorizou o uso de força letal nas Caraíbas, resultando em múltiplas mortes e numa significativa escalada de tensões geopolíticas com a Venezuela e a Rússia, que acusam os EUA de belicismo na região.

A administração Trump consolidou a sua política de imigração de linha dura através de ações legais, como o fim do TPS para venezuelanos, e de táticas de intimidação, como a ameaça de mobilizar o ICE para um evento cultural de grande visibilidade como o Super Bowl, visando um artista crítico das suas políticas.

A resposta positiva de Donald Trump à proposta russa de estender o tratado START III abriu uma janela de oportunidade para o diálogo sobre o controlo de armas nucleares. Apesar das tensões noutras áreas, a vontade de considerar a prorrogação do último grande acordo de desarmamento entre os EUA e a Rússia representou um desenvolvimento significativo na política externa da sua administração.

O movimento MAGA evoluiu para além da política, com uma fação significativa a tentar enquadrá-lo como uma fé baseada no nacionalismo cristão, usando o martírio de Charlie Kirk como catalisador.

Esta tendência reflete uma profunda polarização cultural e religiosa nos EUA, apesar das contradições entre a retórica de Trump e os princípios religiosos evocados pelos seus seguidores.

A política de tarifas de Donald Trump foi uma ferramenta central da sua presidência, utilizada de forma agressiva para renegociar termos comerciais em setores que vão do entretenimento à alta tecnologia.

Embora tenha resultado em alguns acordos, como o da Pfizer, também gerou impasses e incerteza nas cadeias de abastecimento globais, como demonstrado pela disputa com Taiwan sobre semicondutores.

O rompimento do FBI com a ADL e o SPLC representa uma mudança drástica na relação entre a principal agência de segurança dos EUA e organizações da sociedade civil que monitorizam o extremismo. A decisão, motivada por críticas de aliados de Trump, assinala uma politização da luta contra o extremismo doméstico e um realinhamento das parcerias da agência.

A administração Trump iniciou uma controversa reforma cultural e estratégica das Forças Armadas, focada em reverter políticas de diversidade e em reorientar a missão militar para a segurança interna.

As novas diretivas, anunciadas por Trump e pelo seu Secretário da Defesa, geraram alarme sobre a politização do exército e a sua utilização em assuntos domésticos.