Briefing: Donald Trump

A paralisação do governo dos EUA, motivada por um impasse sobre o financiamento da saúde, resultou na suspensão de 750.000 funcionários e na interrupção de serviços.

A crise é agravada pela abordagem do Presidente Trump, que vê a situação como uma oportunidade para despedimentos em massa e cortes seletivos, aprofundando a polarização política em Washington e gerando incerteza económica.

O plano de paz de Donald Trump para Gaza representa um esforço diplomático significativo, que garantiu o apoio israelita e a atenção internacional. No entanto, o seu sucesso depende da aceitação por parte de um Hamas internamente dividido, que enfrenta um ultimato severo enquanto avalia as condições para o desarmamento e o futuro governo de Gaza.

A declaração de "conflito armado" de Trump contra os cartéis de droga formaliza uma escalada militar na região das Caraíbas, exacerbando as tensões com a Venezuela. Enquanto os EUA justificam as suas ações como uma luta contra o narcotráfico para proteger os seus cidadãos, a Venezuela vê-as como uma ameaça direta à sua soberania, preparando-se para uma possível confrontação.

A decisão do Supremo Tribunal de permitir a remoção do Estatuto de Proteção Temporária para mais de 300.000 venezuelanos marca uma vitória significativa para a agenda de imigração da administração Trump. A medida gera incerteza e risco de deportação para milhares de pessoas, provocando apelos da oposição venezuelana e críticas de juízes e advogados de direitos humanos.

A decisão do FBI de cortar relações com a ADL e o SPLC reflete a influência da administração Trump na redefinição das parcerias de segurança interna. Motivada por acusações de parcialidade política e espionagem, a medida afasta a agência de grupos históricos de combate ao extremismo, alinhando-a com as críticas de figuras conservadoras proeminentes.

A administração Trump está a instrumentalizar a paralisação do governo para aplicar cortes de financiamento seletivos e politicamente motivados, visando projetos de energia e infraestruturas em estados Democratas. Esta estratégia de "punição económica" intensifica a polarização, ameaça milhares de empregos e reafirma a guerra da administração contra as políticas de energia limpa.

A decisão de Donald Trump de enviar tropas federais para cidades como Portland, sob o pretexto de combater o crime e o terrorismo doméstico, é uma medida altamente controversa. A ação é vista pelos opositores como uma politização das forças armadas e uma violação da autonomia local, enquanto a administração a defende como uma resposta necessária a uma "guerra interna", intensificando o debate sobre o uso de poder militar em solo americano.

A imposição de novas tarifas pela administração Trump sobre produtos farmacêuticos, camiões e filmes demonstra a sua contínua aposta em políticas protecionistas.

Embora visem estimular a produção interna, como no caso do acordo com a Pfizer, estas medidas geram incerteza na economia global, criam tensões com parceiros comerciais e enfrentam ceticismo sobre a sua aplicabilidade prática.

A reforma militar impulsionada pelo Secretário da Defesa de Trump visa erradicar políticas de diversidade e impor padrões físicos masculinos, numa tentativa de eliminar o "wokismo" nas Forças Armadas. A medida, que critica desde "generais gordos" a mulheres em combate, assinala uma viragem ideológica profunda no Pentágono, gerando controvérsia e opondo-se a décadas de políticas de inclusão.

As políticas da administração Trump, que incluem cortes no financiamento da investigação e pressão ideológica sobre as universidades, geraram fortes críticas da comunidade científica, incluindo da instituição do Prémio Nobel. Esta tensão contrasta com o desejo veemente do próprio Presidente de receber o Nobel da Paz, refletindo um profundo desfasamento entre a sua autoperceção como pacificador e a perceção externa do impacto das suas políticas na liberdade intelectual e científica.