Briefing: Donald Trump

A administração Trump enfrenta uma dupla crise: uma iminente paralisação do governo devido a um impasse orçamental com os Democratas sobre os subsídios do 'Obamacare', e a maior demissão em massa da história do país. A situação testa a capacidade de negociação do presidente e ameaça paralisar serviços públicos essenciais, refletindo uma profunda instabilidade na governação federal.

O encontro entre Trump e Netanyahu destaca uma significativa iniciativa diplomática dos EUA para um acordo de paz em Gaza, marcada pelo otimismo de Trump e por um plano detalhado. Contudo, o sucesso da iniciativa permanece incerto, dada a dissonância entre a busca de Trump por um acordo abrangente e a postura militarista de Netanyahu contra o Hamas.

As novas tarifas de Trump, especialmente a taxa de 100% sobre produtos farmacêuticos, representam uma escalada drástica da sua política comercial protecionista. Justificada pela administração como uma medida de proteção da indústria nacional, a decisão gerou críticas de economistas e criou um potencial conflito com parceiros comerciais como a UE, que alega a violação de acordos existentes.

O envio de tropas federais para Portland representa uma controversa demonstração de poder executivo, enquadrando protestos domésticos como atos de terrorismo.

A medida criou um impasse político e constitucional com as autoridades estatais e locais, acentuando as divisões no país e levantando preocupações sobre a militarização da segurança interna.

A acusação contra James Comey, impulsionada por exigências públicas do Presidente Trump, marca um momento crítico na relação entre o poder executivo e o sistema judicial. Enquanto Trump a enquadra como um ato de justiça, críticos e o próprio Comey veem-na como uma perseguição política, levantando sérias preocupações sobre a instrumentalização do Departamento de Justiça contra os inimigos do presidente.

A mudança de posição de Donald Trump sobre a guerra na Ucrânia, de uma postura conciliadora para um apoio explícito à reconquista territorial por Kiev, representa uma alteração significativa na política externa dos EUA.

Esta nova abordagem, aparentemente motivada pela frustração com Vladimir Putin, aumenta a pressão sobre Moscovo e realinha Washington de forma mais assertiva com os objetivos da Ucrânia e da NATO.

A aprovação da venda do TikTok por Donald Trump resolve um impasse de segurança nacional, transferindo o controlo da aplicação para entidades norte-americanas e abordando as preocupações sobre a influência chinesa.

A medida permite que a popular plataforma continue a operar nos EUA sob uma nova estrutura de propriedade e supervisão, liderada pela Oracle.

A relação EUA-Brasil sob a presidência de Trump é marcada por uma profunda contradição: por um lado, uma política agressiva de sanções e tarifas em defesa do seu aliado Jair Bolsonaro; por outro, uma abertura diplomática inesperada com Lula da Silva.

Este episódio reflete a natureza transacional e pessoal da política externa de Trump, gerando incerteza nas relações bilaterais.

O discurso de Donald Trump na ONU foi uma reafirmação da sua visão nacionalista e antiglobalista, marcada por críticas severas à ordem multilateral e aos seus aliados.

As suas alegações de sabotagem, juntamente com a sua retórica agressiva, transformaram a sua participação num evento diplomático num comício político, refletindo o seu estilo disruptivo no cenário mundial.

A decisão do Supremo Tribunal de permitir que a administração Trump congele milhares de milhões em ajuda externa representa um reforço significativo do poder executivo sobre o orçamento e a política externa. A medida alinha-se com a agenda nacionalista de Trump, mas levanta questões sobre o equilíbrio de poderes com o Congresso e o impacto na reputação e nos compromissos internacionais dos EUA.