Briefing: Greves esta semana

A greve geral de 11 de dezembro, aprovada por unanimidade pela UGT, representa uma forte contestação às alterações propostas à lei laboral. A união com a CGTP, inédita desde 2013, assinala uma escalada na tensão social, apesar de o Governo criticar a paralisação como incompreensível e de a UGT manter a porta aberta para o diálogo.

A greve dos revisores e trabalhadores das bilheteiras da CP, que suprimiu cerca de 30 comboios Intercidades, foi motivada pelo alegado incumprimento de acordos por parte da empresa. O sindicato aponta problemas de segurança e escalas de serviço, criticando a falta de diálogo da CP para resolver as questões laborais pendentes.

Com uma adesão de 70%, a greve na Sumol Compal em Almeirim e Pombal evidenciou a insatisfação dos trabalhadores com a estagnação salarial e das condições laborais.

A principal reivindicação é a negociação de um novo contrato coletivo de trabalho, que se encontra por atualizar há 16 anos.

Num congresso marcado pela "grande insatisfação", a Liga dos Bombeiros Portugueses ameaçou avançar com protestos se o Governo não resolver problemas estruturais como o subfinanciamento crónico e a falta de um estatuto de voluntário.

A decisão final sobre as formas de luta ficou dependente da resposta do executivo às suas reivindicações.

O sindicato dos médicos (FNAM) prepara-se para definir novas formas de luta num congresso, criticando duramente o Governo por uma estratégia que, segundo a sua líder, "ameaça mesmo a sobrevivência do SNS".

O encontro definirá a resposta sindical a um cenário que consideram "muito negro" para a saúde pública.

A paralisação da administração dos EUA provocou atrasos salariais a 363 trabalhadores portugueses na Base das Lajes, levando à criação de um mecanismo de adiantamento.

Embora a situação tenha sido temporariamente resolvida, a baixa adesão ao apoio e o receio de um novo "shutdown" evidenciam a contínua vulnerabilidade destes funcionários.

O sindicato dos trabalhadores das IPSS dos Açores exige uma solução para os atrasos salariais, atribuídos a falhas no financiamento público.

Apesar de o governo regional ter confirmado uma verba de 1,7 milhões de euros, a tensão mantém-se, com o sindicato a pedir garantias imediatas para proteger os milhares de trabalhadores do setor social.

A crise da falta de professores em Portugal, com mais de três mil alunos do 1.º ciclo afetados, gera forte contestação sindical por parte da Fenprof e da FNE. Esta carência, que leva a soluções precárias e agrava as desigualdades territoriais no desempenho escolar, é atribuída pelos sindicatos a uma má gestão de vagas por parte do Ministério da Educação.

A nova regulamentação do trabalho dos médicos tarefeiros no SNS gerou forte contestação e a formação de uma associação própria. Tanto a Ministra da Saúde como a Ordem dos Médicos agendaram reuniões para o final de novembro, reconhecendo a importância destes profissionais e a necessidade de diálogo para evitar uma crise nos serviços de saúde.

Um manifesto subscrito por 30 personalidades da saúde alerta para a degradação dos centros de saúde, denunciando a falta de atendimento telefónico e a recusa de assistência em doença aguda. Os profissionais exigem a valorização dos cuidados primários e afirmam que a Linha SNS24 não pode substituir a equipa de saúde familiar.