Briefing: Crise humanitária em Gaza

O acordo de cessar-fogo, fruto de uma intensa mediação internacional, põe fim a dois anos de guerra em Gaza.

Enquanto a primeira fase se concentra na desescalada imediata e na ajuda humanitária, a segunda aborda as complexas questões de longo prazo, como a governação, a segurança e a reconstrução do enclave.

A troca de reféns por prisioneiros foi uma componente crucial e emotiva da primeira fase do cessar-fogo. O sucesso da operação trouxe alívio a centenas de famílias e demonstrou um primeiro passo de compromisso, apesar das complexidades negociais subjacentes, como o perfil dos prisioneiros libertados.

A cimeira em Sharm el-Sheikh formalizou o apoio internacional ao acordo de paz para Gaza.

A reunião de dezenas de líderes mundiais, liderada pelos EUA e pelo Egito, assinalou um compromisso global com o fim do conflito e lançou as bases para as negociações sobre o futuro do enclave.

A diplomacia pessoal e intensiva de Donald Trump foi apresentada como o fator decisivo para o acordo de paz em Gaza.

As suas visitas a Israel e ao Egito, juntamente com a sua liderança na cimeira de Sharm el-Sheikh, consolidaram a sua posição como o principal arquiteto e garante do plano.

A ausência de Benjamin Netanyahu na cimeira de paz, apesar de um convite inicial, revelou as tensões diplomáticas subjacentes. A justificação oficial de um feriado religioso foi contrariada por relatos de forte oposição da Turquia e do Iraque, ilustrando os obstáculos políticos à normalização das relações na região.

A segunda fase do acordo de paz aborda os problemas centrais do conflito: o futuro do Hamas e a governação de Gaza.

Atingir um consenso sobre o desarmamento do grupo e estabelecer uma nova estrutura administrativa para o enclave representa um desafio formidável que testará a durabilidade da paz recém-alcançada.

Para a população civil de Gaza, o cessar-fogo representa o início de um regresso doloroso a casas e cidades em ruínas. A escala avassaladora da destruição constitui um desafio humanitário profundo, tornando a ajuda internacional massiva e um plano de reconstrução a longo prazo essenciais para a recuperação do enclave.

A troca de restos mortais é um elemento crítico e emocionalmente carregado do acordo. Atrasos e discrepâncias na devolução dos corpos dos reféns por parte do Hamas criaram um ponto de fricção precoce, demonstrando a fragilidade da confiança entre as partes e o potencial para que estas questões compliquem o processo de paz.

A comunidade internacional acolheu favoravelmente o cessar-fogo em Gaza, com líderes europeus a oferecerem apoio político e financeiro.

Simultaneamente, manifestações públicas em todo o mundo indicam que a sociedade civil permanece atenta e mobilizada, defendendo uma paz justa e duradoura para o povo palestiniano.

O cessar-fogo foi alcançado após um conflito de dois anos com um custo humano avassalador.

O elevado número de mortos em Gaza, o trauma dos ataques em Israel e a destruição completa das infraestruturas do enclave realçam a importância crítica da atual iniciativa de paz e a escala do sofrimento que a precedeu.