Briefing: Crise humanitária em Gaza

O cessar-fogo de outubro de 2025 trouxe uma pausa aos combates em larga escala, mas a sua sustentabilidade é constantemente ameaçada por violações e pela complexidade das negociações sobre a governação de Gaza e a segurança regional, deixando o futuro do enclave incerto.

A acusação de genocídio pela ONU representou um marco na condenação internacional das ações de Israel em Gaza, isolando diplomaticamente o país e reforçando os apelos por responsabilização, apesar da veemente negação por parte do governo israelita.

A fome em Gaza tornou-se uma das faces mais visíveis da crise, com a comunidade internacional a apontar o bloqueio israelita como a causa principal de uma catástrofe humanitária, enquanto Israel contesta a veracidade dos relatórios.

O plano liderado pelos EUA representa uma tentativa ambiciosa de redefinir a governação de Gaza, mas a sua implementação depende da cooperação de múltiplos atores regionais, da aceitação por parte dos palestinianos e da capacidade de garantir a segurança e o desarmamento do Hamas.

A escala de mortes e deslocamentos em Gaza evidencia uma catástrofe humanitária sem precedentes no enclave, com um impacto desproporcional sobre civis, em particular mulheres e crianças, e um futuro incerto para a população deslocada.

A questão dos reféns, tanto vivos como mortos, continua a ser um elemento de elevada carga emocional e política, com Israel a condicionar o avanço do plano de paz à recuperação de todos os seus cidadãos, enquanto o processo é dificultado por desafios logísticos e desconfiança mútua.

O bloqueio ao acesso da imprensa internacional a Gaza levanta sérias questões sobre a transparência e a liberdade de informação, forçando o mundo a depender de fontes locais que trabalham em condições de extremo perigo e enfrentam um número alarmante de fatalidades.

A situação na Cisjordânia deteriorou-se significativamente, com a violência dos colonos e as ações militares a criarem um segundo foco de crise, interligado com o conflito em Gaza e com a contínua política de expansão de assentamentos israelitas.

A crise sanitária em Gaza atingiu um ponto crítico, com mortes evitáveis a ocorrerem diariamente devido à destruição de hospitais e ao bloqueio de evacuações médicas, evidenciando as limitações humanitárias do atual cessar-fogo.

As contínuas operações militares israelitas em Gaza, mesmo após o acordo de cessar-fogo, demonstram a volatilidade da situação e representam um obstáculo significativo para a consolidação da paz e a proteção da população civil.