Briefing: Crise humanitária em Gaza

A diplomacia norte-americana, através de visitas de alto nível de figuras como Marco Rubio e JD Vance, está ativamente empenhada em supervisionar o frágil cessar-fogo em Gaza e em impulsionar as negociações para a fase seguinte do plano de paz, apesar dos desafios e da violência recorrente.

O plano de paz para Gaza é um processo estruturado em duas fases, começando com medidas de desescalada e humanitárias imediatas e visando uma complexa resolução política e de segurança a longo prazo, embora a transição para a segunda fase, que inclui o desarmamento do Hamas, se apresente como um grande desafio.

A fragilidade do cessar-fogo em Gaza ficou exposta com novos ataques israelitas em resposta a alegadas violações do Hamas, resultando na suspensão da ajuda humanitária e em fortes advertências dos EUA, o que demonstra o elevado risco de um regresso ao conflito em larga escala.

A situação humanitária em Gaza permanece desesperada, com as entregas de ajuda a ficarem muito aquém das metas estabelecidas.

Autoridades da ONU e da OMS descrevem um cenário sombrio de sofrimento generalizado e um sistema humanitário à beira do colapso, apelando a uma ação internacional urgente e sustentada.

A implementação de uma força de paz internacional em Gaza tornou-se um grande ponto de discórdia, com Israel a opor-se à sua entrada imediata e à potencial inclusão de tropas turcas, o que complica a transição para a segunda e mais complexa fase do acordo de paz.

A troca de reféns e prisioneiros, um elemento central do cessar-fogo, avança com a libertação de cativos vivos, mas enfrenta desafios logísticos e emocionais significativos na recuperação dos corpos dos falecidos, sendo um ponto fulcral para a continuidade do processo de paz.

Uma votação preliminar no parlamento de Israel para anexar a Cisjordânia foi recebida com oposição inequívoca dos Estados Unidos, que veem a medida como uma ameaça ao cessar-fogo em Gaza e à estabilidade regional, o que levou a avisos firmes do Presidente Trump e dos seus principais diplomatas.

A pressão internacional sobre Israel aumentou significativamente após um parecer do TIJ que afirma as suas obrigações humanitárias em Gaza.

A Noruega está a liderar um esforço na ONU para aplicar esta decisão, sinalizando um crescente desafio legal e diplomático às ações de Israel no enclave.

O Presidente do Brasil, Lula da Silva, condenou veementemente a situação em Gaza como um "genocídio" e declarou a falência das Nações Unidas e do seu Conselho de Segurança, apelando a uma reforma das instituições multilaterais para que possam efetivamente promover a paz e proteger civis.

O Egito é um ator indispensável no processo de paz de Gaza, funcionando como mediador diplomático fundamental, porta de entrada crucial para a ajuda humanitária através de Rafah e um negociador chave nas complexas discussões sobre a estabilização a longo prazo do enclave.