Briefing: Presidenciais 2026

O debate entre Marcelo Rebelo de Sousa e Sampaio da Nóvoa revela uma profunda divergência sobre se as ações presidenciais, nomeadamente as dissoluções parlamentares, foram um fator de estabilidade ou se, pelo contrário, contribuíram para um clima de incerteza que favoreceu o crescimento de forças populistas.

A aprovação da nova Lei dos Estrangeiros evidencia uma nova dinâmica parlamentar, com o Governo a contar com o apoio do Chega para aprovar legislação estruturante, ao mesmo tempo que gera um forte descontentamento à esquerda e entre associações cívicas, que denunciam um retrocesso nos direitos dos imigrantes.

Marcelo Rebelo de Sousa desempenhou um papel ativo e crucial na resposta à detenção dos ativistas portugueses, garantindo o apoio consular, dialogando com as forças políticas envolvidas e informando o público sobre os desenvolvimentos, afirmando a sua função de garante dos cidadãos nacionais no estrangeiro.

A participação e consequente detenção de Mariana Mortágua na flotilha para Gaza gerou uma onda de choque na política portuguesa, com reações que espelham a polarização atual, desde acusações de irresponsabilidade pela direita a fortes críticas ao Governo e a Israel por parte da esquerda.

O regresso de Pedro Passos Coelho a um ato de campanha, mesmo que de âmbito local, teve um forte impacto simbólico, demonstrando a sua contínua influência no espaço do PSD e da direita portuguesa e alimentando o debate sobre o seu futuro político.

Luís Marques Mendes está a centrar a sua pré-campanha presidencial na valorização da experiência política como requisito indispensável para o cargo, apresentando-se como um candidato moderado, independente e focado na construção de consensos para enfrentar os desafios nacionais e internacionais.

Numa intervenção com claro intuito de moderação política, o Presidente da República apelou a que os resultados das eleições autárquicas sejam analisados no seu contexto estritamente local, procurando evitar que o escrutínio seja utilizado como um referendo ao Governo e aos partidos a nível nacional.

Marcelo Rebelo de Sousa colocou a situação do SNS como uma prioridade na sua agenda, comprometendo-se com uma intervenção pública sobre o tema após as eleições locais, o que mantém a pressão sobre o Governo para responder aos problemas crónicos do setor.

A disputa sobre os pagamentos aos agricultores nos Açores escalou para um confronto político aceso, com o PS a denunciar atrasos e o Governo Regional a defender a sua gestão e a acusar os socialistas de hipocrisia, evidenciando as tensões políticas e as fragilidades do setor agrícola na região.

Na comemoração do 30.º aniversário do SIED, o Presidente da República destacou o papel fundamental do serviço de informações externas na defesa da soberania e dos interesses de Portugal, um reconhecimento institucional importante para a comunidade de informações nacional.